PET Ciências Biológicas – UFV

Biologia em Foco

Viçosa, agosto de 2008 * Nº55

    Vila Gianetti, 30*(31) 3899-2295*www.ufv.br/petbio*petbio@ufv.br

Prof. Lino Neto; Prof. Lucio Campos; Carla Oliveira;  Étori Aguiar; Felipe Prado; Fernanda Martinelli;  Francisco Castanon; Guilherme Carvalho; Jansen de Souza; Juliana Benevenuto; Lucas Dornelas; Lucas Lopes; Marcela Cristine; Marcelo Vaz; Tarcísio Duarte; Tatiana Rigamonte; Vitor Fernandes.

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A ciência no Egito

 

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“Em uma sala, pai e filho estão entretidos com um jogo de tabuleiro. O pé engessado do filho não permitiu que o pai fosse à cervejaria como havia planejado. Em um quarto da casa, duas adolescentes conversam sobre cremes hidratantes, maquiagem, contracepção e testes de gravidez. Ao lado dessa mesma casa, uma mulher divide os seus pensamentos entre a contabilidade de seu comércio  e seu  divórcio  que  está  prestes  a  acontecer.

Fonte:http://mysimplelife.clickblog.com.br

Enquanto isso, toma uma dose de ácido acetilsalicílico para amenizar sua dor de cabeça”

Essa cena poderia estar ocorrendo hoje em qualquer lugar do mundo, mas também seria verdade se estivesse ocorrendo no Egito, na época dos faraós.

Aparentemente perdida em meio a uma confusão de pirâmides, múmias e deuses-reis, a ciência egípcia costuma assustar até mesmo aqueles que se interessam por essa civilização.

Ao falarmos dos avanços egípcios pensamos em sua arquitetura, beleza literária ou em seu complexo sistema de administração, mas a sua ciência é tão impressionante quanto, ou mais do que, tudo que foi citado anteriormente. Principalmente no que se refere ao conhecimento do corpo. E isso se deve à sua religião.

Os egípcios acreditavam que o morto precisaria de seu corpo após a morte e, dessa forma, criaram o processo de mumificação, que exigia a retirada de alguns órgãos do cadáver. Esta prática proveu a este povo um conhecimento do corpo humano não possuído até então.
A violação de cadáveres seria um tabu que somente séculos depois a sociedade ocidental quebraria.

Munidos destes conhecimentos, os egípcios foram capazes de proezas como as que podemos constatar na múmia de Ramsés II (1279 a 1212 a.C.), que teve suas veias e artérias retiradas, mumificadas e repostas no lugar.

Este povo tinha também domínio de técnicas contraceptivas. Da goma arábica da acácia extraíam o ácido lático, substância usada ainda hoje na produção de espermicidas, que sendo misturado ao mel era utilizado para dificultar a locomoção dos espermatozóides e alterar o ph vaginal. Até mesmo “camisinhas” feitas do epitélio intestinal de cabras já foram encontradas em escavações.

Algumas cirurgias complexas, como a retirada de coágulos da superfície cerebral, eram feitas e sem dor, pois eles faziam uso de opiáceos como anestésicos ou de chá da raiz de salgueiro, de onde foi extraído em 1860 o ácido acetilsalicílico, analgésico que usamos hoje com o nome de aspirina.

Além dos avanços na medicina, pouco conhecidos, mas também notáveis, são os avanços na culinária (o aprimoramento da fermentação da cerveja, uma criação babilônica, é uma de suas heranças), na astronomia (o primeiro calendário solar de 365 dias divididos em 12 meses é deles) e na cosmética, com produtos que tem a mesma base química até hoje, como os vernizes à base de damar, uma resina de vegetal.

Apesar de nossa sociedade de modo algum refletir a sociedade egípcia antiga, eles, com tantas invenções e descobertas, conseguiram atingir o objetivo para o qual direcionaram seus corações e mentes: se eternizarem entre nós.

 

 

Jansen Macedo de Souza

 

 

Referências:

 

- Gimenez, K. A fantástica ciência do Antigo Egito Disponível em: http://super.abril.com.br/superarquivo/2003/conteudo_292892.shtml

- www.egipto.com/museo.

- www.egyptianmuseum.gov.eg