PET Ciências Biológicas – UFV

Biologia em Foco

Viçosa, maio de 2008 * Nº54

    Vila Gianetti, 30*(31) 3899-2295*www.ufv.br/petbio*petbio@ufv.br

Prof. Lino Neto; Prof. Lucio Campos; Carla Oliveira;  Étori Aguiar; Felipe Prado; Fernanda Martinelli;  Francisco Castanon; Guilherme Carvalho; Jansen de Souza; Juliana Benevenuto; Lucas Dornelas; Lucas Lopes; Marcela Cristine; Marcelo Vaz; Tarcísio Duarte; Tatiana Rigamonte; Vitor Fernandes.

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Existe um ditado popular que nos ensina que fé, política e futebol são assuntos que não devem ser discutidos. A princípio, até podemos concordar com isso, uma vez que esses temas são acompanhados de uma carga muito grande de sentimentos e emoções. Só que fugir de certas discussões, mesmo sendo elas cheia de paixões, parece muitas vezes uma forma de escapar do confronto de idéias e da busca de bases mais sólidas para os pontos de vista defendidos.

Tal “medo” de debates e discussões vem sendo  cada  vez  mais  perceptível   nos   campos   dapolítica e da ciência. Na política, o Presidente da República declarou que seria melhor que cada um dos Poderesse preocupasse unicamente

 

Fonte:http://mysimplelife.clickblog.com.br

com os seus próprios problemas ao invés de “darem pitacos” nos problemas alheios. Tudo isso, segundo ele, para a manutenção da harmonia entre os Poderes, cumprindo aquilo que diz a Constituição. Mas, será que o silêncio é a melhor forma de harmonia? E quem disse que uma sociedade democrática necessariamente é harmônica?

A discussão, o debate de idéias, aceitar/compreender opiniões alheias – mesmo que estas não lhe agradem – é que devem prevalecer, e é isso que temos que defender.

O caso da Lei de Biossegurança pode ser usado como exemplo de quão importante são os debates. Podemos até não concordar com a opinião do ex-Procurador Geral da União, Carlos Fonteles, que contesta alguns pontos da Lei de Biossegurança (mais precisamente o artigo V), ao considerar inconstitucionais os pontos que tratam da utilização de embriões para pesquisas com células-tronco. Mas, de forma alguma, podemos retirar dele, ou de qualquer outra pessoa ou instituição, seja ela qual for, o direito de emitir juízos de valor e opinião sobre quaisquer assuntos. O mesmo ocorre com os cientistas que foram chamados para defender tais artigos em sessões do Supremo Tribunal Federal.

Concordar ou discordar, na maioria dos casos, não é o mais importante. Devemos ouvir os diferentes, defender os nossos pontos de vista e até convencer os outros de que aquilo que pensamos pode ser o mais correto. Lembrando sempre que em Ciência aquilo que defendemos como certo deve poder ser materialmente testado, confrontado e refutável.

Deixemos, portanto, as paixões e aquilo que, segundo o ditado popular, supostamente é melhor não discutir apenas para o Futebol e para a Fé. E ao mesmo tempo fazer da Ciência e, quem sabe da Política assuntos mais racionais e menos susceptíveis a subjetividades.

 

 

 

Marcelo Gomes Marçal Vieira Vaz

 

 

Referências:

 

- www.stf.gov.br.

- www.prrn.mpf.gov.br.

- www2.jornaldotocantins.com.br.

- www1.folha.uol.com.br.

- www1.folha.uol.com.br/folha.

- www1.folha.uol.com.br/folha/brasil.