PET Ciências Biológicas – UFV Viçosa, outubro de 2005 * Nº42
Vila Gianetti, 30*(31) 3899-2295*www.ufv.br/petbio*petbio@ufv.br |
Prof. Lucio Campos; Amanda Miranda; Evelyze Pinheiro; Mário Moura; Odair Campos; Paula São Thiago; Pedro Eisenlohr; Ricardo Solar; Rômulo Areal; Swiany Lima; Tatiana Rigamonte. ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ |
Artigos
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De marcha ré, alcançando as células-tronco
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As células-tronco são assim conhecidas devido a sua capacidade de se diferenciar em qualquer outro tipo celular do organismo. O conhecimento sobre o poder milagroso de tais células já é praticamente público. Junto a esse conhecimento seguem-se os entraves para as pesquisas com células-tronco embrionárias, sustentados pelos princípios da ética e da moralidade, de usar ou não embriões como material biológico em pesquisas. Embora já existam leis em alguns países que regulamentem o uso de embriões resultantes de fertilização in vitro (FIV), a comunidade científica ainda não chegou a um consenso sobre o que deve ou não ser permitido. |
Fonte:http://www.sciam.com/sa50/2004/policy_1.html |
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Uma "nova" linha de pesquisa vem ganhando espaço entre os cientistas que trabalham com células-tronco. Um caminho alternativo para tornar possível a terapia celular com tais células sem que os problemas éticos ou religiosos influenciem no desenvolvimento dessa nova técnica: a desdiferenciação celular. Há algum tempo, cientistas vêm se perguntando se as poderosas células-tronco não seriam apenas um estágio de diferenciação, um estágio que qualquer célula do nosso corpo pudesse assumir, dependendo dos fatores a que fosse exposta. Já se sabe que alguns anfíbios e répteis mantêm um enorme potencial de regeneração, mesmo quando adultos. Esse potencial deve-se à capacidade desses animais de modificar o ambiente celular na região das lesões, o que faz com que as células ali presentes regridam ao estágio "tronco", ou seja, ocorre uma desdiferenciação. Algo que uma simples lagartixa faz e que homem está tentando imitar! Em 2001, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Harvard conseguiram, a partir de um extrato contendo membros de salamandra em regeneração, desdiferenciar células musculares de camundongos em células-tronco. Os cientistas propuseram que uma proteína presente no extrato teria ativado genes que determinam a desdiferenciação. Outro grupo de cientistas, do Instituto de Pesquisa Scripps, conseguiu em 2004 desdiferenciar miócitos de ratos em células-tronco, diferenciando estas em adipócitos. Adicionalmente, em agosto desse ano, uma equipe de cientistas da Universidade de Harvard conseguiu desdiferenciar células epiteliais humanas em células-tronco.
Com todo o dilema sobre a manipulação de embriões
humanos para a obtenção de células-tronco, parece provável um investimento
cada vez maior nas pesquisas com desdiferenciação celular. Tais pesquisas
não precisam de uma aprovação ética pra existir, e mesmo a longo prazo,
podem estar mais perto do seu uso prático, se comparadas àquelas com
células-tronco embrionárias. Mário Ribeiro de Moura
Referências:
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