PET Ciências Biológicas – UFV
Viçosa, dezembro de 2007 * Nº53
Vila Gianetti, 30*(31) 3899-2295*www.ufv.br/petbio*petbio@ufv.br
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PET Ciências Biológicas – UFV Viçosa, dezembro de 2007 * Nº53
Vila Gianetti, 30*(31) 3899-2295*www.ufv.br/petbio*petbio@ufv.br |
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Prof. Lino Neto; Prof. Lucio Campos; Carla Oliveira; Christiane Duarte; Étori Aguiar; Evelyze Pinheiro; Felipe Prado; Fernanda Martinelli; Francisco Castanon; Guilherme Carvalho; Juliana Benevenuto; Lucas Dornelas; Lucas Lopes; Marcela Cristine; Marcelo Vaz; Tatiana Rigamonte; Vitor Fernandes. ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ |
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Artigos
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Bases da Psiconeuroimunologia
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A fascinante área da ciência que estuda a interação do psiquismo com o sistema nervoso e sua influência sobre a imunidade é a chamada Psiconeuroimunologia. Essa não é uma área nova, já que, através dos tempos e culturas, os cientistas procuram entender o físico como um reflexo do psiquismo e vice-versa. Um médico da Transilvânia, Papai Pariz Ferenc, por exemplo, disse em 1680: “Quando as partes do corpo e seus humores não estão em harmonia, então a mente se desequilibra e a melancolia aparece, mas por outro lado, uma mente calma e feliz faz com que todo corpo fique saudável”. |
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Não há muito tempo atrás, Descartes postulou a separação total entre a mente e o corpo, sendo o estudo da mente atribuído à religião e à filosofia, e o estudo do corpo, visto então como uma máquina, atribuído à medicina. Essa visão dualista é uma herança que deve ser erradicada de vez da nossa cultura, visto ter se mostrado insustentável em vários sentidos. Se assumirmos uma racionalidade adaptativa para o processo evolucionário, faz sentido crer que o sistema nervoso e o sistema imunológico podem ser conceitualizados como um sistema único e integrado da adaptação defensiva. Ambos são responsáveis pelo relacionamento do organismo com o mundo externo, avaliam se os elementos da realidade externa à pessoa são inócuos ou perigosos, servem à defesa e adaptação, possuem memória e aprendem pela experiência e ainda contribuem para o equilíbrio do ser no mundo e consigo mesmo. Nos anos 40, Hans Hugo Bruno Selye, endocrinologista canadense, considerou o estresse como uma influência perturbadora e não específica na homeostase. Um elemento estressor é uma demanda que mobiliza um comportamento adaptativo do organismo, implicando em inúmeras e rápidas alterações. Sua resolução depende de moderadores externos, tal como suporte social e amoroso, ou de moderadores internos tal como habilidade de vigilância. Entre 1970 e 1990 foram muito expressivos os experimentos de laboratório que tentavam comprovar a relação entre sistema nervoso central e sistema imunológico. A partir de 1990 constatou-se que alterações ocorridas na hipófise poderiam determinar modificações imunológicas, uma vez que a extirpação dessa glândula ou mesmo seu bloqueio farmacológico impedia a resposta imunológica no animal de laboratório. Recentemente a visão de que a interação entre o cérebro e o sistema imunológico é bidirecional tem sido preferida àquela em que a direção da comunicação é exclusivamente do cérebro para o sistema imune, com uma variedade de estudos mostrando que o imune também é apto a enviar mensagens para o nervoso central e influenciar suas funções. Hoje se sabe que os linfócitos são capazes de responder a neurotransmissores e sinais neuroendócrinos com demonstrável propriedade imunomoduladora e, que os linfócitos ativados podem liberar fatores neuroendócrinos e citocinas, as quais são sinais moleculares capazes de serem percebidos pelo sistema nervoso. É certo que o estímulo ou o bloqueio de determinadas áreas do cérebro influencia na resposta imune e que o estado imunológico do organismo tem conseqüências no comportamento. O entendimento de quais fatores psicológicos são importantes para o início e curso de doenças e quais intervenções psicológicas podem melhorar a qualidade de vida é de extrema importância para manter a mente sã e o corpo saudável, apesar de enfrentar várias dificuldades práticas e metodológicas.
Étori Aguiar Moreira
Referências:
- BALLONE, G. J. Psiconeuroimunologia - Emoção e Imunidade, in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://virtualpsy.locaweb.com.br. Acessado em 22/11/2007. - CASTRO, M. da G. de; ANDRADE, T. M. R.; MULLER, M. C. Conceito Mente e Corpo Através da História. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 1, p. 39-43, jan./abr. 2006. - QUILICI, M. Psiconeuroimunologia. , in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://virtualpsy.locaweb.com.br. Acessado em 23/11/2007.
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