PET Ciências Biológicas – UFV
Viçosa, dezembro de 2005 * Nº43
Vila Gianetti, 30*(31) 3899-2295*www.ufv.br/petbio*petbio@ufv.br
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PET Ciências Biológicas – UFV Viçosa, dezembro de 2005 * Nº43
Vila Gianetti, 30*(31) 3899-2295*www.ufv.br/petbio*petbio@ufv.br |
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Prof. Lucio Campos; Amanda Miranda; Carla Oliveira; Étori Aguiar; Evelyze Pinheiro; Karine Freitas; Mário Moura; Odair Campos; ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ |
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Artigos
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Um Brasil que dá certo: o caso do distrito paulistano do Jardim Ângela
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Até alguns anos atrás, ouvir o termo “Jardim Ângela” assustava qualquer um de nós. E não era para menos. O distrito da periferia de São Paulo já foi considerado, pela ONU, o local mais violento do planeta. Isso mesmo: do planeta! Os 277 assassinatos lá registrados no ano de 2001 superam o número de homicídios per capita de países em guerra. Triste dado este que nós, brasileiros, carregávamos conosco. Eu, como paulistano, sentia-me impotente vendo que, a alguns quilômetros do meu confortável apartamento de classe média, havia um aglomerado humano vítima de um processo de segregação social antigo e perverso. |
 Fonte:www.unifesp.br/comunicacao |
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Pois bem: hoje, a realidade no Jardim Ângela é outra, para minha alegria e também a de milhões de brasileiros, conforme mostram as estatísticas. E não é só a do Jardim Ângela. Todo o Estado de São Paulo apresenta comprovada tendência de queda em suas taxas de homicídios. A Fundação SEADE-SP (Sistema Estadual de Análises de Dados do Estado de São Paulo) divulgou dados parciais de um estudo que revela: essa taxa, no Estado de São Paulo, caiu 29% entre 1999 e 2004. Na capital, a queda registrada foi de 40,6%, e no distrito do Jardim Ângela, a queda foi de 45%. Considerando os seis primeiros meses de 2005, o referido distrito registrou 26 mortes violentas, contra 65 em igual período do ano passado e 120 em 2001. Isso significa a surpreendente redução de 73,3% em quatro anos. Qual a explicação para isso? É simples: basta recorrermos ao bom e velho ditado “A União faz a Força”. Uma inédita articulação entre as instâncias estadual e municipal e a sociedade tem sido responsável por um fenômeno que está merecendo destaque na imprensa internacional. São Paulo, hoje, está na rota de um estudo internacional sobre Segurança Pública, demonstrando que, através de parcerias, é possível reduzir a criminalidade. As comunidades estão mais atentas, os programas de renda mínima estão funcionando e o número de ONGs que trabalham com jovens vem crescendo. Somam-se a isto o Policiamento Comunitário e o sucesso do Disque Denúncia na capital. O prefeito da cidade, José Serra (PSDB), determinou às suas secretarias de Educação, Saúde e Assistência Social que ajudem a disseminar, pelos quatro cantos da metrópole, a experiência do Jardim Ângela. Serra pretende intensificar ações nos bolsões de miséria, não só ampliando, como também melhorando a articulação dos programas sociais com foco na criança e no adolescente, trabalhando questões como as drogas, as bebidas e a gravidez precoce. Programas de reforço escolar parecem, também, estar trazendo bons resultados. Uma outra região da periferia de São Paulo, a favela de Heliópolis, a segunda maior da América Latina, também tem chamado a atenção nacional e internacional. Lá, segundo a Fundação SEADE, verificou-se uma queda de 49% na taxa de homicídios. Um dos fatores que ajudam a explicar essa redução é a implementação de uma biblioteca no local de uma prisão desativada. No local, freqüentado diariamente por cerca de 600 alunos, são oferecidas aulas de inglês e de computação e reforço escolar.
Gilberto Dimenstein, colunista do jornal “Folha de São
Paulo”, ilustra todo o conteúdo acima afirmando que “apesar dos ‘mensalões’,
há um Brasil que resiste e progride longe de Brasília”. Atentar-se a este
tipo de questão é fundamental, ainda mais em um mundo acostumado a olhar com
descrença para dados animadores como estes. Acreditar em um mundo melhor é
preciso. A experiência do Jardim Ângela é um exemplo a ser seguido pelo país
e pelo mundo.
Pedro Vasconcellos Eisenlohr
Referências: - Gilberto Dimenstein. Jardim Ângela vira modelo para São Paulo. Folha de São Paulo, 23 jun 2005.
- Gilberto Dimenstein. O "mensalão" e o milagre do Jardim Ângela. Folha de São Paulo, 06 jun 2005.
- Gilberto Dimenstein. Combate à violência leva São Paulo a rota de estudo Mundial. Folha de São Paulo, 07 jun 2005.
- Instituto Sou da Paz. Homicídios caem 73,3% no Jardim Ângela.
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