Comportamento de cultivares de milho ciclo normal

Anderson Afonso Doná, Glauco Vieira Miranda

INTRODUÇÃO 

O comportamento dos cultivares em diferentes ambientes é diferenciado, ou seja, o melhor cultivar em determinada localidade dificilmente se mantém superir quando cultivado em localidades diversas. A esta resposta diferenciada do cultivares com a variação do ambiente denomina-se interação genótipos x ambientes. Isso significa que as respostas fenotípicas dos cultivares podem diferir com as variações ambientais. Evidenciando, assim, a dependência da relação genótipo x ambientes. A estratificação do ambiente em regiões é uma medida de reduzir a interação genótipos x ambiente (1). O uso de região diminui as variações decorrente da temperatura, pluviosidade, altitude e tipos de solo, dentre outros. Entretanto, mesmo com a divisão das regiões em sub-regiões não diminui a interação genótipos x anos, nem controla eficazmente as variações imprevísiveis do ambiente. Portanto, a identificação de genótipos mais estáveis, reduz a interação genótipos x ambientes e fornece maior previsibilidade do comportamento dos cultivares. O presente trabalho teve por objetivo avaliar o comportamento de cultivares de milho ciclo normal para as regiões do Cerrado e Zona da Mata do Estado de Minas.

MATERIAL E MÉTODOS 

O experimento foi conduzido nas Estações Experimentais de Coimbra e Capinópolis, ambas pertencentes a Universidade Federal de Viçosa, no ano agrícola 2000/2001. Foi utilizado o delineamento experimental látice 5x5 com duas repetições, avaliando 25 cultivares. As parcelas foram constituídas de duas fileiras de 5 metros lineares com espaçamento de 0.90 metros entre fileiras e estande final de 55000 p/ha.

No local foi realizado uma adubação de plantio com 300 kg/ha da formulação 08-28-16 e uma adubação de cobertura com sulfato de amônia, na quantidade de 60 kg de N./ha. As características agronômicas avaliadas foram: peso de grãos, altura de planta e espiga, peso de espiga, plantas acamadas e quebradas, florescimento e umidade na colheita. O florescimento foi avaliado somente em Coimbra.

RESULTADO E DISCUSSÕES 

No quadro 1 e 2, encontram-se os resultados dos caracteres avaliados nos híbridos ciclo normal. O rendimento de grãos é a principal característica considerada pelo produtor, apesar do valor do grão ser devido também a sua qualidade. Em Coimbra a média de grãos foi de 6287 kg/há, sendo que os cultivares C333B (8603kg/há), P30 F45 (8259kg/há) obtiveram os maiores valores de produção. Para Capinópolis a média foi de 5302 kg/há com destaque para os cultivares XB 7012 (6686kg/há) e C333B (6243kg/há). O peso de espigas teve média de 6419 kg/há e 9100 kg/há para Capinópolis e Coimbra respectivamente. O florescimento foi avaliado somente em Coimbra, sendo que o cultivar AL 25 apresentou o menor número de dias (49 dias) do plantio até o florescimento. A média da altura e espiga para Capinópolis foi de 218 e116cm. Em Coimbra essas médias foram de 220 e 134 cm. Plantas acamadas e quebradas foi relatado somente em Capinópolis, com média de 3%. O peso de grãos foi corrigido para 13% de umidade. 

 

4. CONCLUSÕES

Os resultados obtidos experimentalmente evidenciam o potencial produtivo do milho ciclo normal nas regiões da Zona da Mata e Cerrado de Minas Gerais. Conciliando-se cultivares adaptados às condições edafoclimáticas e práticas culturais que atendam as exigências da cultura, é possível elevar os níveis de produtividade, tanto em lavouras comerciais quanto em lavouras de subsistência. As médias de produção obtidas pelos cultivares avaliados evidenciam a importância do melhoramento e da introdução continua de novos cultivares no mercado.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

MORAIS, O. P. de. Adaptabilidade, estabilidade de comportamento e correlações fenotípicas, genotípicas e de ambiente em variedades de linhagens de arroz. Viçosa, UFV, Impr. Univ., 1980. 70 p. (Tese M. S.)

VERONESI, J. V. Adaptabilidade e estabilidade de comportamento de vinte cultivares de milho em dez ambientes do Estado de Minas Gerais. Revista Ceres.,46: 1-9, 1999.

MORELLO, C. de L. Comportamento de cultivares de milho no Estado de Tocantins – safra 1994/95. Revista Ceres 45:13-20,1998.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo. Ensaios Nacionais de Cultivares de Milho – 1996/97. Sete Lagoas: EMBRAPA / CNPMS, 1997.

                   SOUZA, E. D. Resultados De Pesquisa com a Cultura do Milho no Ano Agrícola de 1992/93.
                   Cuiabá: EMPAER – MT, 1994.22p.