21^a Aula

A UTOPIA DO CAPITALISMO GLOBAL

Apresentar os Estados Unidos como um país com histórico de governo mínimo exige considerável imaginação, pois o governo nunca observou a regra da não-intervenção na vida econômica. Os alicerces da prosperidade americana foram fincados atrás dos muros das altas tarifas, o governo participou ativamente na construção das estradas e o oeste foi desbravado com grandes subsídios governamentais.

Uma razão para a fragilidade da instituição família é o extraordináriamente alto nível de mobilidade exigido dos trabalhadores e no que se refere aos iíndices de emprego, é preciso levar em consideração as taxas de encarceramento que incicam que uma em cada cem pessoas estão encarceradas. Os salários em declínio afetam a maioria trabalhadora, especialmente a maioria das pessoas pobres que estão empregadas e a sociedade americana é a única sociedade adiantada em que a produtividade esteve em permanente ascensão nas duas últimas décadas, enquanto os rendimentos de oito em cada dez americanos permaneceram estagnados ou caíram.

O que ocorre é uma enorme transferência de riqueza dos trabalhadores americanos de classe média, de mai baixa qualificação, para os detentores de ativos financeiros e para uma uma nova aristocracia tecnológica com um importante componente de compensação vinculado ao valor das ações. Muitos países rejeitam à adesão quase religiosa aos mercados livres demonstrada pela sociedade americana, e um repúdio ao ideal iluminista de uma civilização universal representado pelo mercado global.

Admitir que possa se alcançar a modernidade sem se curvar ao individualismo é admitir que a religião civil da América mostrou-se falsa, o que é intolerável para a maioria dos americanos. Em vez disso, a evidência de um crescimento econômico superior das taxas de poupança, dos padrões educacionais e da estabilidade familiar de países que repudiam o modelo americano será reprimida, negada, e incansávelmente repelida. O dilema principal da política pública hoje é como reconciliar os imperativos dos mercados desregulamentados com as necessidades humanas permanentes.