Universidade Federal de Viçosa Programa de Pós Graduação em Genética
e Melhoramento MESA
REDONDA SELEÇÃO RECORRENTE A seleção recorrente é um processo
cíclico de seleção de progênies e ou indivíduos de uma população, seguida da
recombinação destes para formar uma nova população. Esta população pode ser
utilizada para início de um novo ciclo de seleção, e assim sucessivamente,
sendo, portanto, um processo contínuo e dinâmico de incremento nas
freqüências dos alelos favoráveis (Geraldi, 1997). A
seleção recorrente foi proposta na década de 40 para plantas alógamas. Seu emprego, especialmente na cultura do milho,
tem sido expressivo ao longo do tempo. No caso de plantas autógamas, são
encontrados, na literatura, vários argumentos que enfatizam a importância do
processo de seleção recorrente na obtenção de genótipos superiores,
principalmente quando o caráter de interesse é controlado por vários genes (Fouilloux & Bannerot, 1988;
Ramalho et al., 2001 e Geraldi,
1997). As principais vantagens deste método são: a obtenção de maior
variabilidade genética pelo intercruzamento de múltiplos genitores; a
oportunidade para a ocorrência de recombinações, devido aos intercruzamentos
sucessivos; o aumento cumulativo da freqüência de alelos favoráveis e a
facilidade para a incorporação de germoplasma
exótico na população. O processo de seleção recorrente inicia-se com a
formação da população base, nessa etapa deve-se dar ênfase na escolha dos
genitores. Esses devem apresentar expressões fenotípicas
desejáveis para o maior número de caracteres de interesse, além da
necessidade de serem o mais divergente possível, possibilitando associar
média alta e alto nível de variabilidade genética, que são condições
indispensáveis para se obter sucesso com a seleção (Ramalho et al., 2001). A partir daí, várias estratégias têm sido
utilizadas pelos pesquisadores, em cada uma das três etapas básicas do
programa de seleção recorrente (obtenção
da população base, avaliação de famílias e recombinação das famílias
selecionadas para formar o ciclo seguinte). As estratégias utilizadas
dependem de vários fatores tais como: caráter avaliado, herdabilidade,
presença de macho-esterilidade, mão de obra, etc.
Um ponto importante a ser ressaltado é o mito de que a seleção recorrente em
plantas autógamas é um método demorado e que a realização de muitos
cruzamentos é difícil, sendo inclusive um fator limitante. Entretanto, esta
não é uma verdade absoluta, pois, não precisa ser obtido um número muito
grande de sementes híbridas. Quanto ao tempo gasto vai depender da
alternativa de seleção escolhida. Além disso, é possível obter linhagens ao
final de cada ciclo de recombinação e seleção, ou seja, o tempo gasto para
obter uma linhagem (número de gerações) é o mesmo em qualquer método de
melhoramento utilizado. Na condução de um programa de seleção recorrente, não
existe uma etapa que seja mais importante ou mais difícil, o mais importante
é ter empenho e organização, para que o processo não corra risco de
descontinuidade. Visando confirmar a eficiência da seleção recorrente no
melhoramento de plantas autógamas, diversos trabalhos são encontrados na
literatura para diferentes caracteres em várias culturas em todo o mundo:
Arroz (Rangel et
al., 2002), Aveia (Holland et al., 2000), Cevada (Marocco et al., 1992), Ervilha (Lewis & Gritton,
1992), Feijão (Ramalho et al., 2005), Soja (Burton et al., 1990)
e Trigo (Wiersma et al.,
2001). O que se espera com a seleção recorrente é a contínua melhoria na
expressão do caráter sob seleção sem redução na variabilidade genética para
se continuar obtendo ganhos futuros. burton, j. w.; koinange, e. m. k.; brim, c. a. Recurrent selfed progeny selection for yield
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