Universidade Federal de Viçosa

Programa de Pós Graduação em Genética e Melhoramento

                              

 

 

SEMINÁRIO TEMA LIVRE

 

 

 

Programas de melhoramento genético de bovinos de corte no Brasil

 

 

Prelecionista: Gilberto Romeiro de Oliveira Menezes

Orientador: Robledo de Almeida Torres

Data: 10/04/2008

 

 

          Ao longo dos últimos anos, a bovinocultura de corte tem se tornado uma das mais importantes atividades econômicas no Brasil. O valor bruto da produção de carne bovina em 2006 foi de 29,6 bilhões de reais (Confederação..., 2007), valor este que representou 5,5% do produto interno do agronegócio brasileiro naquele ano (MAPA, 2006). De acordo com dados do MAPA, no ano de 2007, as exportações de carne bovina geraram 4,4 bilhões de dólares, o que representou, aproximadamente, 8% do total exportado pelo agronegócio e 3% do total de produtos exportados pelo Brasil.

           Entretanto, a pecuária de corte nacional apresenta índices (re)produtivos muito baixos, o que torna importante o desenvolvimento e implantação de tecnologias que contribuam para a sua otimização. Neste contexto, programas de melhoramento genético podem contribuir bastante, fornecendo informações que permitem a identificação e seleção de animais geneticamente superiores, o que é decisivo para o sucesso de qualquer sistema de produção animal.  

          Estima-se que cerca de 80% dos 200 milhões de bovinos que compõem o rebanho nacional, sejam de origem zebuína.  O gado zebu chegou ao Brasil no final do século XIX, vindo da Índia, e por ter se adaptado muito bem às condições edafoclimáticas locais, rapidamente se espalhou por todo o país, tornando-se a opção genética da atividade pecuária nacional.

          Na primeira metade do século XX, iniciaram-se os trabalhos de seleção de bovinos, na sua maioria de zebuínos, em que o objetivo principal da seleção era estabelecer padrões raciais, havendo, portanto, pouco foco na produção. A partir da década de 1950, tiveram início os primeiros trabalhos com o intuito de avaliar características associadas à produção, como peso à idades padrões e ganho de peso. Iniciava-se a chamada era do desenvolvimento ponderal, que se consolidou com a criação em 1968, das provas de desenvolvimento ponderal da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Em 1984, foi lançado pela ABCZ e Embrapa Gado de Corte, o primeiro sumário de touros da raça Nelore. A partir da década de 1980 são criados os principais programas de melhoramento genético de bovinos de corte, podendo ser citados o Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore – Nelore Brasil (USP/ANCP), Programa de Melhoramento Genético de Gado Zebu (ABCZ/Embrapa Gado de Corte), Programa Natura, CFM Nelore, entre outros. No início da década de 1990, com a evolução da informática, o uso da metodologia dos modelos mistos de Henderson, sob modelo animal, para a predição dos valores genéticos dos animais (BLUP) tornou-se padrão nos programas de melhoramento genético de bovinos de corte no Brasil, situação esta que persiste até os dias atuais. Na última década, em resposta a demanda por sistemas de produção eficientes, tem-se observado uma mudança na filosofia dos programas de melhoramento genético, saindo-se de uma seleção em função apenas do desenvolvimento ponderal para uma que também considera características relacionadas à reprodução, adaptabilidade, precocidade e qualidade de carne. Esta nova filosofia indica a busca por animais mais equilibrados, que maximizem o lucro pela redução do custo de produção.

          O melhoramento genético de bovinos de corte, apesar dos avanços conquistados, ainda necessita de grandes esforços de pesquisadores e produtores a fim de disponibilizar genética de alta qualidade, o que tornará a bovinocultura de corte mais sustentável e geradora de receitas para nosso país. 

 

Agradecimentos

 

Aos doutores Roberto Carvalheiro (GenSys Consultores Associados S/C Ltda), Willian Koury Filho (brasilcomz – Zootecnia Tropical) e José Bento Sterman Ferraz (USP-Pirassununga) pela atenção e ajuda a mim prestadas.

      

 

Bibliografia

 

CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL. Indicadores rurais. Edição janeiro/fevereiro de 2007. Brasília, DF: 2007. 6p.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Secretaria de relações internacionais do agronegócio. Balança comercial do agronegócio, 2007. 21p.

Sites consultados:

www.cnpgc.embrapa.br

www.brasilcomz.com.br

www.ancp.org.br

www.abcz.org.br

 

 

 

 

 

_________________________________                                 ________________________ Gilberto Romeiro de Oliveira Menezes                                    Robledo de Almeida Torres                           Doutorando                                                                             Orientador