Universidade Federal de Viçosa Programa de Pós Graduação em Genética
e Melhoramento MESA REDONDA TEMA: Panorama
do melhoramento genético animal no Brasil MODERADOR: Robledo de
Almeida Torres O melhoramento genético animal é uma ciência inerente ao próprio homem, pois a luta pela sobrevivência mostrou ao homem a necessidade de selecionar e domesticar alguns animais para mais facilmente obter deles o seu sustento. Com o evoluir dos tempos e com a evolução da genética, soluções têm auxiliado o homem a selecionar e promover melhoramento genético nas diferentes espécies, principalmente aves, suínos, bovinos, caprinos e ovinos; visando contribuir com animais mais produtivos e consequentemente mais alimentos à mesa do homem. A avicultura é o
exemplo mais marcante do sucesso obtido pelo progresso genético ao longo do
processo de melhoramento sofrido pela espécie. Na década de 20 um frango
demorava 120 dias para ser abatido com Em suínos, as mudanças de exigência do mercado e a tecnologia disponível têm sido fatores preponderantes para o direcionamento histórico do melhoramento genético de suínos, indicando qual(is) característica(s) devem ser selecionadas. As grandes empresas de melhoramento de suínos possuem quase uma dezena de linhas, cada uma delas com distinta ênfase de seleção permitindo o desenvolvimento de produtos comerciais mais apropriados para cada segmento de mercado. O desenvolvimento acelerado de conhecimento da genética molecular e tecnologias de reprodução está dando origem a uma nova geração de tecnologias aplicadas ao melhoramento genético de suínos. No melhoramento de gado de leite no Brasil os programas de testes de progênie nas raças Gir, Guzerá, Girolando e Holandesa, são executados nos mesmos moldes do programa dos Estados Unidos. Na raça Gir o programa começou em 1985. São publicados anualmente resultados de avaliação genética para produção de leite, produção de gordura, proteína, lactose, extrato seco total e contagem de células somáticas do leite e as características do sistema de avaliação linear. Uma perspectiva é a descoberta e uso de marcadores moleculares para resistência a endo e ectoparasitas, principalmente o carrapato. Os programas de melhoramento genético de bovinos de
corte no Brasil passaram por várias fases, desde uma seleção estritamente
baseada em características qualitativas, principalmente relacionadas à
caracterização racial, até a aplicação de seleção para características de
produção. A partir da década de oitenta, com a criação de diversos grupos de
melhoramento, passou-se a utilizar critérios técnicos mais objetivos para
seleção. O ganho genético obtido nos últimos anos é, predominantemente,
devido à seleção de machos. No entanto, somente 5% das fêmeas de corte são
inseminadas. Com a necessidade de se ajustar o binômio genótipo-ambiente, a
produção de carne será fundamentada em mestiços e/ou em raças compostas formadas
por animais resultantes do cruzamento Europeu-Zebu. Na ovinocultura, até recentemente, pouco tinha sido feito no sentido melhorar geneticamente as raças para produção de carne no Brasil. Dentre os fatores limitantes, destaca-se a supervalorização das avaliações subjetivas, a baixa adesão dos criadores, a falta de escrituração zootécnica e indefinição dos objetivos e critérios de seleção. Por outro lado, apesar das dificuldades, alguns trabalhos vêm sendo desenvolvidos visando melhoramento das raças produtoras de carne nas condições brasileiras. Dentre estes, pode-se citar a Associação de Criadores da Bahia que realizaram várias provas de ganho em peso de ovinos Santa Inês; a EMEPA-PB (Empresa de Pesquisa Agropecuária da Paraíba) criou o Programa de Avaliação de Desempenho de Ovinos Santa Inês; e a EMBRAPA Caprinos que criou o GENECOC (Programa de Melhoramento Genético de Caprinos e Ovinos de Corte), que está em andamento, apesar da baixa participação dos criadores. A
espécie caprina sofre de grande carência de iniciativas que promovam o
melhoramento genético desses animais para produção de leite, carne e pele. As
propostas de melhoramento de caprinos no Brasil tem-se baseado em avaliações
subjetivas e na realização de cruzamentos entre raças naturalizadas (rústicas
e menos produtivas) e exóticas (pouco adaptadas e muito produtivas), os quais
são na maioria das vezes conduzidos de forma indiscriminada, o que tem levado
ao risco de extinção de ecótipos naturalizados. Os
fatores que contribuem para a escassez de programas consistentes de seleção
são semelhantes aos encontrados para ovinos, conforme citado anteriormente,
todavia existem alguns projetos BIBLIOGRAFIA FRIES, L. A.; FERRAZ, J. B. S. Beef cattle genetic programmes
in HAVENSTEIN,
G.B. et al. Carcass composition and yield of 1991 vs
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Savoy, v.73, p.1795-1804, 1994. LOPES. P.S.;
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3, 2000, Uberaba. Simpósio...
Uberaba: Sociedade Brasileira de Melhoramento Animal, 2000. p.266-272. PEREIRA, J.C.C.
Melhoramento Genético Aplicado à Produção Animal. 3. ed. - Belo Horizonte:
FEPMVZ Editora, 2001, 555 p. VALENTE, J.; DURÃES, M.
C.; MARTINEZ, M. L.; TEIXEIRA, N. M.. Melhoramento
genético de bovinos de leite. 1. ed. Brasília: Embrapa,
2001. v. 1. 300 p. ________________ _________________ _________________ Marcos Yamaki Leandro Barbosa Gustavo H. Souza _________________ _________________________ ______________________ Rachel Santos Bueno José Lindenberg R. Sarmento Gilberto R. de O. Menezes __________________________ Robledo de Almeida Torres Moderador Viçosa, 17 de maio de 2007 |