Universidade Federal de Viçosa Programa de Pós Graduação em Genética
e Melhoramento MESA
REDONDA Empreendedorismo na
genética e melhoramento PRELECIONISTAS: Bruno Garcia Marim
Gabriel Belfort Rodrigues Mauro Sérgio de Oliveira Leite MODERADOR: Derly José Henriques da
Silva Empreendedorismo: conceituação,
visão geral e situação do Brasil Empreendedorismo designa os estudos relativos ao empreendedor, seu
perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação.
Empreendedor é utilizado para designar, principalmente, as
atividades de quem se dedica a geração de riquezas, seja na
transformação de conhecimentos em produtos ou serviços, na geração do próprio
conhecimento, ou na inovação em áreas como marketing,
produção,
organização, entre outras. Uma pessoa empreendedora é aquela capaz de deixar
os integrantes da empresa surpreendidos, sempre pronto para trazer e gerir
novas idéias, produtos, ou mudar tudo o que já existe. É um otimista que vive
no futuro, transformando crises em oportunidades e exercendo influência nas
pessoas para guiá-las em direção às suas idéias. É aquele que cria algo novo
ou inova o que já existe e está sempre pesquisando. É o que busca novos
negócios e oportunidades com a preocupação na melhoria dos produtos e
serviços. Suas ações baseiam-se nas necessidades e possibilidades do mercado. As habilidades requeridas de um empreendedor podem
ser classificadas em 3 áreas: Técnicas: envolve saber escrever, ouvir as pessoas
e captar informações, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe. Gerenciais: incluem as áreas envolvidas na criação
e gerenciamento da empresa (marketing, administração, finanças, operacional,
produção, tomada de decisão, planejamento e controle). Características pessoais: ser disciplinado, assumir
riscos, ser inovador, ter ousadia, persistente, visionário, ter iniciativa,
coragem, humildade e principalmente ter paixão pelo que faz. O empreendedorismo no
Brasil começou a ganhar força na década de 1990, durante a abertura da
economia. A entrada de produtos importados ajudou a controlar os preços, uma
condição importante para o país voltar a crescer, mas trouxe problemas para
alguns setores que não conseguiam competir com os importados, como foi o caso
dos setores de brinquedos e de confecções, por exemplo. Para ajustar o passo
com o resto do mundo, o País precisou mudar. Empresas de todos os tamanhos e
setores tiveram que se modernizar para poder competir e voltar a crescer. O
governo deu início a uma série de reformas, controlando a inflação e
ajustando a economia, em poucos anos o País ganhou estabilidade, planejamento
e respeito. A economia voltou a crescer. Só no ano 2000, surgiu um milhão de
novos postos de trabalho. Investidores de outros países voltaram a aplicar
seu dinheiro no Brasil e as exportações aumentaram. Juntas essas empresas
empregam cerca de 40 milhões de trabalhadores. No Brasil, um em cada oito pessoas tem o seu
próprio negócio, enquanto que nos EUA este número sobe para um em cada 10
pessoas. Apesar do brasileiro ser um povo
empreendedor é necessário esclarecer que existem dois tipos de empreendedorismo. O que prevalece no Brasil é o empreendedorismo de necessidade. Devido à falta de
emprego o brasileiro procura abrir seu próprio negócio, como uma lanchonete,
loja de vestuário, papelaria, quitanda, entre outros. Já nos EUA e nos demais
países desenvolvidos, o que prevalece é o empreendedorismo
de oportunidade. Neste tipo de empreendedorismo,
pessoas que se lançam em uma nova iniciativa não porque estão sem trabalho e
precisam de dinheiro, mas porque querem realmente empreender um novo negócio. Apenas 14% dos empreendedores brasileiros têm
formação superior e 30% sequer concluíram o ensino fundamental, enquanto que
nos países desenvolvidos, 58% dos empreendedores possuem formação superior.
Quanto mais alto for o nível de escolaridade de um país, maior será a
proporção de empreendedorismo por oportunidade. No
entanto, vale ressaltar que, em pesquisas recentes realizadas nos Estados
Unidos, o sucesso nos negócios depende principalmente de nossos próprios
comportamentos, características e atitudes, e não tanto do conhecimento
técnico de gestão quanto se imaginava até pouco tempo atrás. Oportunidades
de negócios na genética e melhoramento Para que o espírito empreendedor gere
resultados é necessário, como já comentado, de pessoas qualificadas,
incentivos e sobre tudo oportunidades de mercado. Neste contexto, para nós
geneticistas e melhoristas, o mercado surgiu ou foi
enormemente ampliado com a aprovação das Leis de Biossegurança
n° 11.105 de 24 de março de 2005 e de Proteção de Cultivares n° 9.456 de 25
de maio 1997. A regulamentação da biotecnologia
abriu e continuará abrindo várias possibilidades. Existem possibilidades
imediatas de avanços científicos para a medicina, produção de alimentos e
preservação do ambiente. O estudo dos genomas humano, animal e vegetal avança
e acelera o lançamento de novos remédios, vacinas, microorganismos e plantas transgênicas. As biofábricas já
estão produzindo tanto elementos simples como também moléculas orgânicas
complexas que podem substituir os derivados do petróleo. Na medicina, a
biotecnologia já começou a desvendar os processos que causam algumas doenças
e o envelhecimento. Na preservação ambiental a biotecnologia abriu um enorme
mercado voltado para a produção de energia limpa e no tratamento de resíduos. No caso da Lei de Proteção de Cultivares, devido ao
maior tempo de aprovação, os impactos no mercado já são possíveis de serem
medidos. Esta lei causou mudanças que, de fato, fizeram com que houvesse a
viabilização de determinados caminhos. Dentre eles está o aumento do número
de programas de melhoramento de espécies autógamas cujo emprego híbridos não
são viáveis, como o algodão, arroz, feijão, soja e
trigo. Nessas espécies houve aumento de 150% no número de cultivares de Diante deste cenário várias oportunidades de
negócios podem ser sugeridas, como por exemplo: laboratórios especializados
em biotecnologia; empresas especializadas na elaboração de projetos; empresas
especializadas no planejamento de experimentos e análises estatísticas; consultorias
nas mais diversas especialidades da genética e melhoramento; desenvolvimento
de linhagens adaptadas a condições locais (melhoramento regional); Como
capitar recursos financeiros A preparação para que uma empresa possa desenvolver
tecnologia passa por um grande esforço em capacitação de pessoal, além do
desenvolvimento de ações em nível governamental, para estabelecer ambiente de
estímulos e facilidades para sua implantação. Os mecanismos para o desenvolvimento tecnológico são a capacitação de recursos humanos, uso do poder de
compra, programas mobilizadores, projetos
cooperativos, transferência de tecnologia, apoio à inovação tecnológica,
informação tecnológica, infra-estrutura tecnológica, entidades tecnológicas
setoriais, parques, pólos e incubadoras. Diversos órgãos públicos possuem programas de apoio
ao desenvolvimento tecnológico como o Ministério da Ciência e Tecnologia,
CNPq, FINEP, Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais,
Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A. e SEBRAE - Serviço de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais e Nacional. Dentre as ações que o
Governo Federal estabeleceu para fortalecer a empresa tecnológica destacam-se
os fundos setoriais, programas institucionais e os incentivos fiscais para as
empresas. Em abril deste ano, a Financiadora de Estudos e
Projetos (FINEP), agência pública vinculada ao Ministério da Ciência e
Tecnologia, iniciou mais um processo para seleção de fundos de investimento
em empresas inovadoras. Foram lançadas simultaneamente a 2ª Chamada Pública do Programa Inovar Semente e a 8ª Chamada de Fundos Inovar
Venture Capital, que juntas devem alavancar mais de R$ 1 bilhão para o apóio a fundos de private equity, venture capital e capital semente, incentivando os
projetos inovadores. Como grande exemplo de apoio à inovação
tecnológica, cita-se o Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de
Viçosa CENTEV/UFV, órgão da Universidade Federal de Viçosa, vinculado
diretamente à sua reitoria. Criado em Agosto de 2001, vem possibilitando aos
professores, pesquisadores e alunos desta universidade, inúmeras alternativas
de treinamento e aperfeiçoamento, em empreendedorismo
e inovação tecnológica, bem como vem realizando ações voltadas para a
promoção do desenvolvimento econômico, social e ambiental de Viçosa e região. A Incubadora de Empresas de Base Tecnológica
CENTEV/UFV é uma das unidades do CENTEV, cujo principal objetivo é coordenar
ações empreendedoras, visando o desenvolvimento da região. Situada no campus
da Universidade Federal de Viçosa, a Incubadora oferece apoio e orientação
para o desenvolvimento de empresas tecnologicamente inovadoras, preferencialmente
dentro das áreas de atuação da UFV. Além de espaço físico para atividades
científico-empresariais, também são oferecidos às empresas incubadas apoio
gerencial e consultorias especializadas. O objetivo é abrir caminhos à
transformação de idéias em produtos, processos ou serviços e à criação e
maturação de empresas por meio do acesso a uma infra-estrutura de apoio. Conclui-se então que o ambiente é altamente
favorável para a inovação tecnológica e a UFV e os agentes de fomento à
Ciência e Tecnologia possuem diversificado apoio de infra-estrutura e meios
legais para a implantação de negócios tecnológicos em todos os setores,
incluindo o agronegócio. REFERÊNCIAS: -BILLI, M.
Ciência avança no país, mas não gera riqueza. Folha de São Paulo, São Paulo, 12 fev. 2006. Folha Dinheiro. p. B1. -BILLI, M.
Poucas empresas fazem inovação tecnológica. Folha de São Paulo, São Paulo, 12 fev. 2006. Folha Dinheiro. p. B6. -BOLSON,
E. L. Os negócios tecnológicos do futuro. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/conteudo.jsp?pagina=colunistas_artigo_corpo&idColuna=1180&idColunista=146>.
Acesso em 11 de abril de 2007. - INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Rio de
Janeiro, 2007. Disponível em <http://www.inpi.gov.br>. Acessado em 13
de abril de 2007. -MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Brasília, 2007. Disponível em <http://www.agricultura.gov.br/> . Acesso
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Disponível em <http://www.mct.gov.br>. Acessado em 23 de março de 2007. -VIEIRA,
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(online), v.7, n.1, jan./fev.,
2003. Disponível em:
<http://www.seednews.inf.br/portugues/seed71/artigocapa71.shtml>.
Acesso em 16 de abril de 2004. -SNPC,
2007.
<http://www.agricultura.gov.br/images/MAPA/cultivares/lst1200_20_03_2007.htm>.
Acesso em 7 de maio de 2007. -Melhoramento de plantas nas Instituições do Setor Público –
Palestra apresentada pelo Prof. Glauco Vieira Miranda no III Encontro em Genética e
Melhoramento da UFV: 30 anos de Inovação e História. - http://www.genmelhor.ufv.br/materiais/III%20egm/textomelhoramentodeplantas.pdf
-http://www.institutoinovacao.com.br/ |