Universidade Federal de Viçosa

Programa de Pós Graduação em Genética e Melhoramento

 

                              

 

 

Seminário de Tema livre

Palestrante: Ahmed Youssef Abdelnaby

Oriendator: Derly José Henriques da Silva

 

Melhoramento Genético visando Resistência a Requeima em Tomate
(Phytophthora infestans)

 

               O tomate (Lycopersicon esculentum Mill.) é a segunda cultura olerícola mais produzida mundialmente, sendo cultivada em aproximadamente 4,0 milhões de hectares, com produção aproximada de 125 milhões de toneladas (FAO 2005) Brasil é o 9° produtor mundial com 3,3 milhões de toneladas em 2006, 27% do total da hortaliça produzida no mundo.

            Devido à importância econômica e social do tomateiro e por ser alvo de grande número de enfermidades, esta cultura merece especial atenção com relação ao controle químico, pois muitas doenças exigem a aplicação de grandes volumes de agrotóxicos. Mundialmente cerca de 200 doenças podem afetar a cultura do tomate, das quais 30 são mais comumente encontradas (Watlerson 1986). Dentre estas doenças, a requeima causada pela Phytophthora infestans (Mont.) de Bary destaca-se pela importância em muitas áreas do mundo, sendo que se não controlada a tempo pode danificar de 80-90% da produção de tomate (Zahid et al., 1993). Estima-se que as perdas mundiais referentes aos custos com medidas de controle da requeima são maiores que US$ 5 bilhões. Aproximadamente 15-20 % do custo de produção do tomate no Brasil vem do controle da requeima (Mizubuti, 2001).

            O cultivo sustentável do tomateiro requer o uso de cultivares resistente o qual tem ganhado popularidade por ser barato, seguro e fácil para manejar doenças. Dois tipos de resistência são conhecidos para a requeima do tomateiro. O primeiro é resistência raça-específica, é controlado por um gene dominante muito efetivo contra uma determinada raça do fungo. Ao mesmo tempo há, mundialmente, alta variabilidade em populações de P. infestans, especialmente para virulência, fazendo com que genes específicos de resistência sejam de pouca importância no controle da doença. O segundo tipo de resistência é a resistência horizontal ou quantitativa (QR). Esta é controlada através de genes múltiplos, cada gene com pequeno efeito contra o patógeno. Esta resistência parece ser mais durável e efetiva durante período maior de tempo (Andrivon 1994), porém é ainda pouco explorada.

            Para desenvolver resistência a requeima mais durável, é necessário integrar genes de resistência horizontal. Cultivares que levam combinação de genes de resistência horizontal de várias fontes pode ter um nível mais alto de resistência que cultivares que possuem resistência horizontal de uma única fonte (Douches et al., 2001). É necessário utilizar-se nos cruzamentos diferentes fontes de resistência como genitores para produzir uma população básica para desenvolver resistência durável a requeima. A herdabilidade da resistência a P. infestans no sentido restrito é baixa, no entanto, pode-se selecionar individuos resistentes em gerações segregantes e obter ganhos genéticos satisfatórios.

 

Referencias:

-Andrivon, D. 1994. Race structure and dynamics in populations of Phytophthora infestans. Can. J. Bot. 72:1681-1687.

-FAO (2005). Agricultural Statistics Records. http//apps.Fao.org/page/collections? Subset= agriculture. 

-Mizubuti, E.S.G., 2001. Requeima ou mela da batata e do tomate. In: Luz, E.D.M.N., Santos, A.F.d., Matsuoka, K., Bezerra, J.L.,      Doenças causadas por Phytophthora no Brasil. Livraria Editora Rural Campinas - SP, 100-174.

-Watterson, J.C., 1986. Diseases. The tomato crops. Edited by Atherton and Rudich. Chapman and Hall Ltd. NY. Pp: 461-462.

-Zahid, M.L., K.D. Tapan and B.C. Chowdhary, 1993. Major diseases of potato, tomato, Lady’s finger and country bean and their control . Bengla press. BARC, Dhaka. 20:25.

 


(Estudante)                                                                                                     (Oriendator)