CRUZAMENTO TESTE








CONCEITO


O cruzamento teste é entendido como sendo o cruzamento entre um indivíduo (I) qualquer com outro em homozigose recessiva, para os genes envolvidos no controle do caráter em estudo. Tem sido de grande importância em estudos de ligação fatorial ou em estudos de identificação de genótipos.




IMPORTÂNCIA


Em estudos de ligação fatorial a distância entre genes é medida pela freqüência de gametas recombinantes. Assim, para se estimar a freqüência de cada gameta produzido por um duplo heterozigoto, com genes ligados, realiza-se o cruzamento teste. O testador, sendo recessivo, permite a manifestação de genes vindos do duplo-heterozigoto e a freqüência dos indivíduos formados refletem a freqüência de seus gametas.

Em estudos de identificação de genótipos, o cruzamento teste também tem sua importância. Consideraremos uma certa doença em uma espécie, sendo a resistência, determinada por A- (AA ou Aa) e a susceptibilidade, determinada por aa. Tendo-se um indivíduo com fenótipo dominante (resistente) surge a dúvida de que se trata de um homozigoto ou de um portador da forma alélica indesejável. A identificação do verdadeiro genótipo torna-se possível analisando a descendência do cruzamento teste, pois existem duas possibilidades:
a) Se surgirem só descendentes resistentes, conclui-se que o indivíduo é AA;
b) Se surgirem descendentes resistentes e susceptiveis, conclui-se que o indivíduo é Aa.




TAMANHO DE AMOSTRA


O problema que surge na análise da descendência para identificação de genótipos diz respeito ao número de indivíduos, para que a inferência a respeito do genótipo do genitor seja feita com grau satisfatório de certeza. Assim, se na descendência do cruzamento teste surgirem resistentes e susceptíveis teremos certeza absoluta de que o genitor é Aa, mas se surgirem n descendentes resistentes, e n for um número relativamente pequeno, concluiremos que o genitor tem genótipo AA, mas com certeza 1 - w, sendo w o erro que se comete por desprezar o fato do indivíduo poder ser Aa e, no cruzamento ( no caso, cruzamento teste) proporcionar apenas resistentes.

Podemos considerar duas situações de identificação de genótipos:


Um indivíduo resistente que ao ser submetido ao cruzamento teste proporcionou n descendentes resistentes


Neste caso conclui-se que o genótipo do indivíduo é AA, com certeza de 1 - w, sendo w o erro que se comete por desprezar o fato do indivíduo poder ser Aa e, no cruzamento teste proporcionar apenas resistentes. Logo, o erro w é estimado por meio de:


w = (1/2)^n e c = certeza = 1 - w


Assim, o número de descendentes a serem avaliados para se concluir sobre o genótipo do genitor com c % de certeza é:


n = LOG(1-c)/LOG(1/2)


Se for especificado certeza de 99%, teremos:


n = LOG(1-0,99)/LOG(1/2) = 6,64


Ou seja, serão necessário 7 descendentes para que a inferência sobre o genitor seja feita com 99% de certeza.

Um indivíduo resistente que ao ser autofecundado proporcionou n descendentes resistentes


Neste caso conclui-se que o genótipo do indivíduo é AA, com certeza de 1 - w, sendo a o erro que se comete por desprezar o fato do indivíduo poder ser Aa e, na autofecundação proporcionar apenas resistentes. Logo, o erro a é estimado por meio de:


w = (3/4)^n e c = certeza = 1 - w


Se for especificado um certo grau de certeza, pode-se estimar o tamanho da amostra por meior de:


n = LOG(1-c)/LOG(3/4)


Assim, se for especificado certeza de 99%, teremos:


n = LOG(1-0,99)/LOG(3/4) =16


Ou seja, serão necessário 16 descendentes para que a inferência sobre o genitor seja feita com 99% de certeza.


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