INTERAÇÕES

NÃO-EPISTÁTICAS



Tópicos

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    Exemplo

    Pleiotropia


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CARACTERÍSTICAS





As interações não-epistáticas diferem das epistáticas pelas seguintes razões:

a) Os genes produzem enzimas que atuam em vias biossintéticas (ou metabólicas) distintas. Será considerado como ilustração a ação dos genes A/a e B/b, que determinam a produção das enzimas E1 e E2, que participam das vias biossintéticas, conforme ilustrado no esquema ao lado.







b) Ao contrário das interações epistáticas, não há supressão gênica interalélica, mas a mistura dos produtos de cada via metabólica poderão se misturar dando diferentes fenótipos. Podemos considerar a seguinte ação gênica a título de ilustração:

Possíveis Genótipos Produto final Fenótipo
A_B_ S2 e S4 Roxo
A_bb S2 e S3 Vermelho
aaB_ S1 e S4 Rosa
aabb S1 e S3 Branco



Verifica-se neste caso que não é possível estabelecer o fenótipo de um indivíduo B-, sem considerar o gene A/a, o mesmo ocorrendo para o indivíduo bb. Assim, a condição A_ B_ determina a manifestação do roxo, enquanto que a condição aaB_, determina o rosa. Neste caso, a variação da expressão gênica não é atribuída à supressão, mas às diferentes mistura de produtos. Em A_ B_, tem-se S2 e S4, como produtos metabólicos e, para aa B_, tem- S1 e S4. Estas combinações diferentes, produzem fenótipos diferentes.

c) Nas interações não-epistáticas a proporção 9:3:3:1 pode ser mantida, entretanto essa relação fenotípica distingue-se da proporção mendeliana clássica, pois nesse caso tem-se dois genes, mas apenas um caráter em questão.

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EXEMPLO



Um exemplo de ação gênica não-epistática é encontrado em galináceos, em que as cristas podem se apresentar nas seguintes formas:

- Tipos serra (ou simples) - Leghorns

- Tipo rosa - Wyandottes

- Tipos ervilha - Brahmas

- Tipo noz (ou amêndoa) - Cruzamento entre Wyandottes com Brahmas.

Foram realizados os seguintes cruzamentos:

CruzamentosF1F2
Simples x Simples Simples Simples
Rosa x Simples Rosa 3/4 Rosa
1/4 Simples
Ervilha x Simples Ervilha 3/4 Ervilha
1/4 Simples
Rosa x Ervilha Noz 9/16 Noz
3/16 Rosa
3/16 Ervilha
1/16 Simples



Nos cruzamentos entre rosa e simples ou entre ervilha e simples há indicativo da existência de um gene segregante controlando o caráter. Percebe-se que tanto rosa quanto ervilha dominam o padrão simples. A questão adicional é a constatação da existência de dois locos gênicos controlando o caráter. O cruzamento entre ervilha e rosa é fundamental para se avaliar a hipótese de alelismo múltiplo ou de interação gênica. A proporção 9:3:3:1 na F2 deste cruzamento indica se tratar de dois genes, cuja ação se complementam caracterizando o fenômeno não-epistático. A caracterização dos genótipos pode ser feita conforme quadro a seguir:

CruzamentosF1F2
Simples(rree) x Simples(rree) Simples(rree) Simples(rree)
Rosa (RRee) x Simples(rree) Rosa (Rree)3/4 Rosa(R-ee)
1/4 Simples(rree)
Ervilha(rrEE) x Simples(rree) Ervilha(rrEe)3/4 Ervilha (rrE-)
1/4 Simples(rree)
Rosa(RRee) x Ervilha(rrEE) Noz(RrEe) 9/16 Noz(R-E-)
3/16 Rosa(R-ee)
3/16 Ervilha(rrE-)
1/16 Simples(rree)



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PLEIOTROPIA





É o fenômeno pelo qual um único gene controla mais de um caráter. Efeitos pleiotrópicos são fundamentais, pois são causas de correlações entre caracteres. Há grande interesse no estudo e conhecimento da ação destes genes, muitas vezes utilizados como marcadores ou auxiliares na seleção e, ou, identificação de caracteres mais complexos ou de difícil medição.

Uma ilustração é o gene que controla a cor do hipocótilo e das flores de soja. Como a coloração do hipocótilo manifesta-se em estádio de plântula, torna-se de grande interesse em trabalhos de hibridação. Assim, tem-se:

GenótipoCor da FlorCor do Hipocótilo
AA Roxa Roxo
Aa Roxa Roxo
aa Branca Verde



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