UNIVERSIDADE
FEDERAL DE VIÇOSA
PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E MELHORAMENTO
MESA
REDONDA
Prelecionistas: Carla Rosado, Marisângela R. Santos, Thiago Otávio, Wellington Gomes.
Moderador: Prof. Luiz Antônio dos Santos Dias
CADEIAS PRODUTIVAS DE
AGROENERGIA
A demanda projetada de energia no mundo
aumentará 1,7% ao ano, de
O Brasil é o país que mais avançou na
tecnologia, na produção e no uso do etanol como combustível. A produção mundial
de álcool aproxima-se dos 80 bilhões de litros, dos quais cerca de 65 bilhões
de litros são utilizados para fins energéticos, sendo o Brasil responsável por 27,5
bilhões, quase 35% da produção mundial. Com o álcool combustível e a co-geração
de eletricidade a partir do bagaço, a cana-de-açúcar é, hoje, a maior fonte de
energia renovável do Brasil. Dos quase 7,5 milhões de hectares cultivados com
cana no País, cerca de 85% estão na Região Centro-Sul,
principalmente
Nas
últimas duas décadas, houve avanço respeitável nas pesquisas relativas ao
biodiesel. O produto pode ser obtido de óleos vegetais novos e residuais, de
gorduras animais e de ácidos graxos oriundos do refino dos óleos vegetais,
mediante processos tecnológicos. O Brasil dispõe de várias opções para a
produção de óleos vegetais. O desafio é aproveitar ao máximo as potencialidades
regionais e obter o maior benefício social da produção do biodiesel, aplicando
a tecnologia tanto às culturas tradicionais – soja, amendoim, girassol, mamona
e dendê –, quanto às novas – como pinhão-manso, nabo-forrageiro, pequi, buriti,
macaúba e grande variedade de oleaginosas a serem exploradas. A longo prazo, para produzir a matéria-prima mais adequada
em cada região e suficiente para atender à indústria de biodiesel de forma
economicamente viável, impõe-se grande investimento em pesquisa, que deve
buscar maior adensamento energético das espécies oleaginosas, passando o
rendimento em óleo do nível atual de 600 kg/ha para 5.000 kg/ha. Paralelamente,
a médio e longo prazos, a pesquisa deve buscar
aumentar o teor de elementos energéticos (celulose, açúcar, amido, óleos, etc.)
nas plantas oleaginosas atuais, e incorporar novas. A biotecnologia e o
melhoramento genético tradicional terão papel relevante para atingir esses
objetivos, mediante a pesquisa de novas variedades ou de organismos
geneticamente modificados e a adaptação dos cultivos energéticos a diferentes
condições agroecológicas.
No Brasil de acordo
com dados do IBGE, a área total absoluta é de aproximadamente 851,4 milhões de
hectares. Deste total, 477,7 milhões ha correspondem a florestas naturais e
5,98 milhões ha a florestas plantadas, sendo 3,75 milhões com eucalipto; 1,80 milhão com pinus e 425,2 mil de outras espécies,
ocupando apenas 0,7% do território nacional. O volume de madeira atualmente consumido para energia é
da ordem de 220 milhões de metros cúbicos anuais. O seu consumo anual como
matéria-prima industrial atinge 142,7 milhões de metros cúbicos, compreendendo
a produção de celulose e papel, serraria, chapas e painéis. Desse modo, 69% da
madeira usada no Brasil tem destinação energética, o
que representa o maior volume de madeira vinculada a um determinado uso no país. Plantios florestais
contribuem há décadas com a matriz energética brasileira e o aprimoramento
tecnológico possibilita a conversão da biomassa em energia e melhora a
qualidade dos produtos florestais. Além disso, possibilita a geração de
empregos, formação de mão-de-obra qualificada, aumento de renda, diminuição do
efeito estufa, o seqüestro de carbono e a melhoria da qualidade do ar, da água
e dos solos.
Diversos tipos de subprodutos de atividades
agrícolas, agropecuárias, florestais, agroindustriais e urbanas, tais como
cascas e outros resíduos lignocelulósicos, podem ser utilizados como
combustíveis. O potencial nestes resíduos não é sempre bem conhecido, porém
seguramente corresponde a volumes significativos de energia subaproveitada. Por
outro lado, muitas vezes os resíduos constituem um problema de caráter
ambiental e sua disposição final é de difícil solução, sendo o uso energético
uma saída oportuna e viável, já que reduz seu volume e seu potencial
contaminante.
Nas últimas décadas, a indústria dos
agrocombustíveis vem se desenvolvendo a partir da combinação de diversos
fatores que têm levado ao aumento da demanda por produtos agrícolas, gerando,
assim, impactos significativos no sistema global de oferta de alimentos, em
especial na segurança e soberania alimentar. Nesse ambiente, a discussão sobre
os agrocombustíveis, segurança e soberania alimentar vem à tona em âmbito
nacional e internacional.
_______________________ ____________________________
Carla Rosado Marisângela R. Santos
(prelecionista) (prelecionista)
_______________________ ____________________________
Thiago Otávio Wellington Gomes
(prelecionista) (prelecionista)
____________________________
Prof. Luiz Antônio dos Santos Dias
(moderador)