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Produção: Laboratório de Bioinformática
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Aplicativo suporte: Programa GBOL – Genética Básica on
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Comunidade (facebook): GbolNews
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Tópicos
Introdução
DNA dos plastídios
DNA das mitocôndrias
Outros fatores citoplasmáticos
INTRODUÇÃO
Tem sido demonstrado que o DNA citoplasmático existe e funciona como material
genético transportador de informações. Existem também registrados alguns
exemplos de herança não-DNA. Os seguintes critérios identificam uma
herança como extranuclear:
a. Cruzamentos recíprocos com resultados diferentes.
Isso sugere que
existem desvios das propriedades de transmissão das informações genéticas via
genes autossomais, mas não exclui a possibilidade de ser condicionado por genes
ligados a cromossomos sexuais.
b. Ausência das propriedades cromossomais
dos fatores de herança. Os genes cromossômicos ocupam locos particulares e
apresentam distâncias relativas a outros genes.
c. Falta
de segregação mendeliana ou sem proporções mendelianas clássicas.
d. Transmissão de traços sem transmissão de núcleos. Esse fato tem sido
comprovado em experimentos envolvendo a substituição de núcleos.
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DNA DOS PLASTÍDEOS
Os plastídios são organelas citoplasmáticas das células de vegetais, dos quais os
mais importantes são os cloroplastos. Os cloroplastos surgem a partir dos proplastídios que contêm DNA e se autoduplicam. Os proplastídios são transmitidos através do citoplasma do
óvulo e raramente através do pólen.
Carl Correns (1908) analisou a tonalidade da cor das folhas das
plantas de Mirabilis jalapa (maravilha)
e constatou que:
a. Nessa planta, os ramos são verdes, verdes pálidos
ou variegados.
b. A transmissão do caráter independe da contribuição
do grão de pólen dado ao pouco volume citoplasmático deste. A herança do
caráter tem sido explicada através da ação de plasmagens
no cloroplasto.
c. O seguinte experimento demonstra que a herança
desse caráter é condicionada a fatores extranucleares:
Tipo de progenitor feminino |
Descendência |
Verde normal |
Verde normal |
Verde pálido |
Verde pálido |
Variegados |
Verde, verde pálido e variegado em proporções irregulares |
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DNA DAS MITOCÔNDRIAS
Mitocôndrias são organelas citoplasmáticas responsáveis pela produção de
energia (Ciclo de Krebs, cadeia de transporte de elétrons e oxidação de ácidos
graxos e cítricos).Ocorrem apenas em eucariotas. Um
exemplo típico é encontrado no fungo Saccharomyces
cerevisae. Nas células deste fermento, 10 a 20%
do DNA localizam-se nas mitocôndrias.
Numa população de S. cerevisiae foi encontrado
um mutante denominado "petite". Os "petites" são capazes de utilizar o O2 no
metabolismo dos hidratos de carbono. Falta, nas suas mitocôndrias, a oxidase
respiratória. Essa deficiência impede aos "petites"
produzir esporos.
Quando é cruzado um indivíduo do tipo sexual "petite"
com outro do tipo selvagem, todos os esporos são do tipo selvagem.
As características do "petite" somente
podem ser perpetuadas através de processos de propagação vegetativa, e não mais
por esporulação, mesmo
após repetidos retrocruzamentos. Os fatores mitocondriais para o tipo "petite" são absorvidos, perdidos ou permanentemente
alterados na presença dos fatores do tipo selvagem.
Outro tipo de "petite" no levedo,
denominado supressivo,
pode segregar, mas diferente dos genes cromossômicos. A segregação varia de 1 a
99% de petites, e os ascos podem apresentar-se com 4,
3, 2, 1 ou 0 tipo "petite".
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OUTROS FATORES CITOPLASMÁTICOS E NUCLEARES
Enrolamento da concha do
caracol Limnae
O enrolamento da concha, nesse caracol, pode ser dextrógiro
ou levógiro. O controle genético é função do genótipo
materno que organiza o citoplasma do ovo, de forma que a divisão celular do zigoto
seguirá o padrão materno independente do genótipo desse zigoto.
Do ponto de vista genético, tem-se os seguintes efeitos:
D- = enrolamento dextrógiro
dd = enrolamento levógiro
O seguinte cruzamento ilustra a influência de fatores extranucleares na herança
desse caráter:
1) Mãe dextrógira (DD) x Pai
levógiro (dd)
F1 dextrógiro (Dd)
F2 100% dextrógiros (DD, Dd e dd)
2) Mãe levógira (dd) x Pai dextrógiro (DD)
F1 levógiro (Dd)
F2 100% dextrógiros (DD, Dd e dd)
Verifica-se, portanto, que o descendente não manifesta o fenótipo de sua mãe,
mas aquele correspondente ao genótipo que ela apresenta.
Macho-esterilidade
citoplasmática no
milho
A macho-esterilidade citoplasmática (MEC) no milho é
decorrente de uma interação entre os genes nucleares e os fatores
citoplasmáticos. Devido a isso, certas plantas não produzem pólens viáveis.
Cada grupo de citoplasma macho-estéril possui seus respectivos genes
restauradores da fertilidade. O grupo T apresenta os genes Rf1 e Rf2,
dominantes, localizados no cromossomo 3 e 9, como
restauradores da fertilidade. O gene rf2 é encontrado na maioria das
variedades.
A MEC no milho tem despertado grande interesse, devido ao seu emprego em
produção de híbridos simples, duplos ou triplos. A existência da MEC evita o despendoamento das plantas, que devem ser utilizadas como
genitor feminino proporcionando economia de tempo e dinheiro.