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Produção: Laboratório de Bioinformática
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Aplicativo suporte: Programa GBOL – Genética Básica on
line
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Comunidade (facebook): GbolNews
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Tópicos
Introdução
Aneuplóides
Uso de aneuplóides em estudos
genéticos
Euplóides
Poliplóides em animais
INTRODUÇÃO
A citogenética parte da genética especializada no estudo da relação
entre os eventos celulares, especialmente aqueles relacionados aos cromossomos,
com os eventos genéticos e fenotípicos. Entre os assuntos mais detalhados pela citogenética encontram-se os estudos sobre as variações
numéricas e estruturais dos cromossomos.
Cada espécie apresenta um número característico de cromossomos. Na grande
maioria, os organismos superiores são diplóides e, conseqüentemente, apresentam 2x cromossomos em suas células
somáticas e x nas células gaméticas. Entretanto, encontram-se, não raramente,
certos indivíduos com número de cromossomos alterados em relação ao estado diplóide. Assim, numa população de milho, cujo genoma é
representado por 10 cromossomos, podem-se encontrar plantas com 18, 19, 21, 30,
40 cromossomos, dentre outros.
Os indivíduos, com relação à variação numérica, se classificam em:
a. Aneuplóides
b. Euplóides
Volta
ANEUPLÓIDES
CONCEITO
São os indivíduos que apresentam um conjunto de cromossomos não correspondente a um múltiplo exato
do genoma da espécie.
TIPOS DE ANEUPLÓIDES
A Tabela a seguir apresenta alguns diferentes
tipos de aneuplóides e suas respectivas fórmulas de
número de cromossomos. Na Tabela, é considerada uma espécie de referência cujo
genoma é representado por três cromossomos, tais como ABC.
Aneuplóide |
Fórmula |
Exemplo |
Exemplo na espécie humana |
Nulissômico |
2X - 2 |
(AB) (AB) |
22 pares |
Monossômico |
2X - 1 |
(ABC)(AB) |
45 (22pares + 1) |
Trissômico |
2X
+ 1 |
(ABC)(ABC)(A)
|
47 (23pares + 1) |
Duplo-trisômico |
2X +1 + 1 |
(ABC)(ABC)(A)(B) |
48 (23pares + 1 + 1) |
Monossômico-trissômico |
2X- l + 1 |
(ABC)(AB)(A) |
46 (22pares + 1 + 1) |
Tetrassômico |
2x + 2 |
(ABC) (ABC) (A) (A) |
48 (24pares) |
Exemplo (Gbol)
DESCRIÇÃO DE ALGUNS
ANEUPLÓIDES
a. Nulissômico
Indivíduo
com variação numérica de cromossomos, que se caracteriza por apresentar um par
de cromossomos a menos em relação ao diplóide normal.
b. Monossômico
Indivíduo
que apresenta um cromossomo a menos em relação ao diplóide
normal. Na espécie humana, a síndrome de Turner é um exemplo de monossomia.
c. Trissômico
Indivíduo
que apresenta um
cromossomo a mais em relação ao diplóide. Na espécie
humana, tem-se como exemplo a síndrome de Klinefelter
e a síndrome de Down. A síndrome de Down foi descrita por DOWN em 1866, e se
caracteriza pelo excesso do cromossomo 21. O indivíduo com esta síndrome
apresenta debilidade mental, feições semelhantes à asiática (mongolismo) e
apenas uma linha no quinto dedo.
d. Tetrassômico
Indivíduo
que apresenta um par de cromossomos a mais em relação ao diplóide.
Volta
USO DE ANEUPLÓIDES EM ESTUDOS GENÉTICOS
A utilização de aneuplóides em estudos genéticos é recomendada, principalmente, para localizar ou identificar o cromossomo a que um determinado gene pertence. Para este fim, é necessário ter à disposição uma série de monossômicos (ou nulissômicos).
Série monossômica é o conjunto de populações em que
cada uma apresenta monossomia para um determinado
cromossomo. Assim, para uma população de milho em que o genoma é representado por 10
cromossomos, deve-se ter estoque com monossomia para
o cromossomo 1, outro estoque para o cromossomo 2, e assim por diante, até o
estoque monossômico para o cromossomo 10.
Será considerado, como ilustração, que em uma população, cujo genoma é
representado por quatro cromossomos, surgiu uma forma recessiva de um gene (a)
e que se deseja saber em qual cromossomo esse gene está localizado. Para isso,
deve-se fazer o cruzamento desse indivíduo com os estoques monossômicos.
Através da análise de segregação na progênie, pode-se facilmente identificar o
cromossomo a que o gene pertence. A seguir, é apresentado exemplo de
identificação de cromossomo, por meio do uso de uma série monossômica:
Indivíduo Normal |
Estoque Monossômico
|
Genótipo |
F1 |
aa |
10
22 33 44 |
AA |
Aa |
aa |
11
20 33 44 |
AA |
Aa |
aa |
11 22 30 44 |
A |
Aa:a (pseudodominância) |
aa |
11
22 33 40 |
AA |
Aa |
0: ausência do cromossomo.
A progênie F1, em que se manifesta o fenótipo recessivo, por pseudodominância,
é identificada e utilizada para reconhecer o cromossomo a que pertence o gene
estudado. Pseudodominância é a manifestação de fenótipo recessivo em população
supostamente portadora de alelo dominante. Ocorre em razão de deficiências e,
ou, perda de cromossomos.
Deseja-se identificar, agora, o cromossomo a que pertence a forma homozigota B . Nesse caso, devem-se realizar os seguintes cruzamentos:
Indivíduo Normal |
Estoque Monossômico |
Genótipo |
F1 |
F2 |
BB |
10 22 33 44 |
bb |
Bb |
3B_1bb |
BB |
11
20 33 44 |
b |
Bb:B |
(3B_:1bb)(1B_) |
BB |
11
22 30 44 |
bb |
Bb |
3B_:1bb |
BB |
11
22 33 40 |
bb |
Bb |
3B_:1bb |
Nesse caso, a progênie F2 em que se manifesta segregação fenotípica
diferenciada é que deve ser identificada e utilizada como indicativo do
cromossomo a que pertence o gene estudado.
Volta
EUPLÓIDES
CONCEITO
O termo euplóide é aplicado aos organismos que
apresentam conjunto de cromossomos igual a um múltiplo exato do número básico
da espécie.
TIPOS DE EUPLÓIDES
A seguir
são apresentados
exemplos, que tomam como referência uma espécie cujo genoma é representado
pelos cromossomos A, B e C. Também são descritas as fórmulas cromossômicas dos
vários tipos de euplóides.
Tipos |
Fórmula |
Exemplo |
Monoplóides |
x |
(ABC) |
Poliplóides |
||
Triplóides |
3x |
(ABC) (ABC) (ABC) |
Autotetraplóide |
4x |
(ABC)(ABC)(ABC)(ABC) |
Alotetraplóide |
2x + 2x' |
(ABC)(ABC)(A'B'C')(A'B'C) |
EFEITOS FENOTÍPICOS DE
POLIPLÓIDES
As seguintes manifestações fenotípicas estão associadas aos poliplóides:
-
Formação de órgãos vegetativos gigantes. Devido a essa particularidade, a poliploidia tem merecido grande atenção por parte dos
floricultores e horticultores. Exemplos bem sucedidos de poliploidia
na floricultura são cravo-de-defunto, boca-de-leão,
dentre outros.
- Formação de órgãos reprodutivos gigantes e de melhor qualidade. As maçãs poliplóides apresentam frutos maiores e de textura de
melhor qualidade. Os milhos poliplóides são mais
vigorosos e produzem 20% a mais de vitaminas que o milho normal.
- Fator
de incorporação de resistência a doenças e outras qualidades desejáveis. A
espécie Nicotiana tabaco é sensível ao vírus TMV, mas
a espécie N glutinosa é hipersensível; o alotetraplóide
resultante do cruzamento dessas espécies apresenta também hipersensibilidade.
DESCRIÇÃO DE ALGUNS
EUPLÓIDES
a. Monoplóides
A monoploidia é mais freqüentemente
encontrada em certos organismos inferiores, como fungos. Em organismos superiores,
a monoploidia é rara; quando ocorre está associada a
indivíduos de baixo vigor. Exemplos de monoploidia são encontrados em abelhas e vespas. O termo monoplóide distingue-se do termo haplóide,
pois este é aplicável ao estado gamético do indivíduo.
b. Poliplóides
Metade
dos gêneros das plantas contém poliplóides, sendo
que, nas gramíneas, cerca de 2/3 são poliplóides.
Entretanto, a poliploidia é rara nos animais.
b.1. Triplóides
Os triplóides se caracterizam pela esterilidade (ou subfertilidade),
devido ao processo de gametogênese ser irregular, resultando gametas
desbalanceados. Os seguintes exemplos podem ser citados: certos tipos de maçãs
cujas características
são perpetuadas por enxerto e brotamento; flores de tulipa, que são perpetuadas
por propagação vegetativa; melancias 3x, produzidas a partir do cruzamento
entre plantas 2x e 4x, que não
apresentam sementes e são mais doces; e peixes triplóides,
que, devido à esterilidade, apresentam maior conversão alimentar.
b.2. Autopoliplóide
O
prefixo auto é utilizado quando o poliplóide reúne
genomas idênticos, apresenta apenas associações multivalentes na meiose e seu
ancestral é o diplóide fértil da espécie. Alguns exemplos são:
a)
Trigo: Triticum monococcum
é diplóide (2x = 14) e de baixa produtividade, mas o
T. dicoccum é tetraplóide
e apresenta grãos grandes e duros, os quais são usados na produção de macarrão.
b)
Tomateiros com número de cromossomos acima de 2x são maiores e produzem frutos
mais saborosos que os diplóides.
b.3. Alopoliplóides
O prefixo alo é usado quando o poliplóide apresenta as
seguintes características: contém genomas duplicados de um híbrido mais ou
menos estéril; apresenta associações bivalentes durante a meiose,
comportando-se, em termos de segregação, como um diplóide
normal, e reúne em suas células genomas de diferentes espécies. Exemplos:
Raphanus sativus (rabanete, 2x = 18) x Brassica
oleracea (brócoli, 2x'
= 18)
F1 :
Híbrido (± estéril) (x + x')
F2 : Raphanobrassica (2x + 2x')
Infelizmente, o alotetraplóide raphanobrassica
apresenta folhagens de rabanete e raiz de brócolis, não tendo valor de
importância comercial.
Spartinna alterniflora (origem EUA)(2x = 60) x Spartina anglica (origem França e Inglaterra)(2x' = 62)
F1 :
Híbrido (± estéril) (x + x')
F2: Spartina marítima (2x + 2x') = 122
Primula floribunda (2x =
18) x Primula verticilata (2x'
= 18)
F1 :
Híbrido (± estéril) (x + x')
F2: Primula kewensis
(2x + 2x' = 36)
Algodão-velho-mundo (2x = 26 Cr. grandes)
x Algodão americano (2x' =26 Cr. Pequenos)
F1 : Híbrido (± estéril) (x + x')
F2: Algodão-novo-mundo (2x + 2x' = 26G + 26P)
Volta
POLIPLÓIDES EM ANIMAIS
Apesar de ser freqüente a poliploidia em
vegetais, ela é relativamente rara em animais. As razões para esse fato são
apontadas a seguir. Os animais, em geral, contam com mecanismos de cromossomos
sexuais na determinação do sexo; entretanto, a adição de cromossomos sexuais (X
e Y) leva a perda de vigor, debilidades físicas e mentais e esterilidade (ou
subfertilidade).
Em geral os animais não apresentam mecanismos de propagação assexual para
estabilização do híbrido interespecífico. Exceção é constatada no camarão de
água salgada (Artemia salina), que
mostra evidências de poliploidia e apresenta como
meio de estabilidade a propagação por partenogênese.
A hibridação interespecífica é muito difícil, devido à anatomia, à estrutura de
grupo e aos cios apresentados pelos animais. Têm sido
citados como exemplo de híbridos interespecíficos a mula (jumento com égua), o pintagol (canário comum com belga), entre outros.