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Produção: Laboratório de Bioinformática
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Aplicativo suporte: Programa GBOL – Genética Básica on
line
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Comunidade (facebook): GbolNews
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Tópicos
Introdução
Ordem entre três genes
Distância entre genes
Coincidência e Interferência
Aplicação
Uso do mapa cromossômico
INTRODUÇÃO
Os dados dos cruzamentos para estimação de distâncias, considerando apenas a
segregação de dois genes, tendem a subestimar as distâncias verificadas entre
estes. Isso se dá devido à permuta dupla que ocorre e não é computada como uma
classe distinta, mas é incluída nas classes paternais.
O duplo-heterozigoto em fase de aproximação (AB//ab), por exemplo, é capaz de
produzir gametas contendo AB quando não existir permuta (classe paternal) ou
quando ocorrer uma permuta de ordem par (2, 4, 6 etc
permutas entre os dois genes) entre seus locos. Assim, a classe que se
considera como paternal inclui também indivíduos recombinantes que deveriam ser
incluídos no cálculo da distância entre os genes.
Volta
ORDEM ENTRE TRÊS GENES
A ordem dos genes é determinada comparando-se as classes paternais,
reconhecidas pela sua maior freqüência, e as classes
originadas de uma permuta dupla, reconhecidas pela sua menor freqüência, obtidas a partir do cruzamento entre o triíbrido e um testador.
Considerando o triíbrido ABC//abc, pode-se verificar
que, entre os oito tipos de gametas diferentes por ele produzido, os gametas P
paternais diferem dos de permuta dupla Rd pelo gene que ocupa a posição
intermediária.
Indivíduo: A B C // a b c
Tipos |
Gametas |
P
|
ABC |
P |
abc |
Rd |
AbC |
Rd |
aBc |
Para determinar a ordem entre três genes, devem-se ressaltar os seguintes
aspectos:
-
A ordem A/a - B/b
- C/c é idêntica à ordem C/c - B/b - A/a.
-
Como existem 2 classes paternais e 2 de permuta dupla, é possível fazer
quatro comparações. Todas as comparações levam à mesma conclusão.
- Nas
comparações, aquela que tiver comportamento contrário ao das outras duas
corresponderá ao gene que ocupa a posição intermediária.
Volta
DISTÂNCIA ENTRE GENES
Após estabelecida a ordem dos genes, identifica-se, em
função do genótipo do progenitor, as classes originárias de permutas simples na
região 1 (R1) e 2 (R2). Através da avaliação da freqüência
de recombinação que ocorre numa e noutra região, determina-se a distância
referente a cada região. O genótipo do triplo-heterozigoto é identificado pelos
gametas do tipo paternal. Assim, tem-se:
Indivíduo: A B C // a b c
Tipos |
Gametas |
P |
ABC |
P |
abc |
Rd |
AbC |
Rd |
aBc |
R1 |
aBC |
R1 |
Abc |
R2 |
ABc |
R2 |
abC |
Uma vez identificadas as classes P, R1, R2 e Rd, calculam-se as distâncias, pelas
expressões:
d(A/a-B/b) = [100(R1 +R1 + Rd + Rd)]/total
d(B/b-C/c) = [100(R2 +R2 + Rd + Rd)]/total
d(A/a - C/c) = d(A/a - B/b) + d(B/b - C/c)
Volta
COINCIDÊNCIA E INTERFERÊNCIA
A interferência é o fenômeno pelo qual a ocorrência de permuta em uma região é
capaz de reduzir a taxa de permuta na região adjacente. A ocorrência de um crossing-over
num dado segmento cromossômico é um evento casual, mas a sua distribuição não o
é. A chance de ocorrer permuta em duas regiões adjacentes, simultaneamente, não
pode ser obtida pelo produto da probabilidade de ocorrer permuta na região 1, expresso pela distância nesta região, e a probabilidade
de ocorrer permuta na região 2, pois são eventos dependentes ou
inter-relacionados.
Pelas razões expostas, tem sido verificado que a taxa de crossing-over duplo esperada (CODE) é sempre superior à taxa de crossing-over
duplo observado (CODO).
Os seguintes parâmetros podem ser definidos:
CODE = (d1)(d2)/100
CODO = [100(Rd+Rd)]/total
A coincidência é definida por:
co = CODO/CODE
A interferência é dada pelo complemento aritmético:
I = (CODE - CODO)/CODE = 1 - co
Uma situação oposta existe no fago T4 e no fungo Aspergilus.
A ocorrência de permuta em uma região tende a aumentar a probabilidade de
ocorrência de permuta nas regiões vizinhas. Nesse caso o coeficiente de
coincidência é superior à unidade e a interferência é negativa.
Volta
APLICAÇÃO
Como exemplo, é considerada a análise da descendência do cruzamento-teste
envolvendo uma planta de milho triplo-heterozigoto em relação aos seguintes
genes:
A/a : folha
sem brilho/brilhante
B/b : folha verde/virescente
C/c :
pendão normal/parcialmente estéril
A descendência foi formada por:
Observado |
Brilho da folha |
Cor da Folha |
Pendão |
235 |
Sem brilho |
Verde |
Normal |
62 |
Brilhante |
Verde |
Parc. Estéril |
40 |
Sem brilho |
Verde |
Parc. Estéril |
4 |
Sem brilho |
Virescente |
Parc. Estéril |
270 |
Brilhante |
Virescente |
Parc. Estéril |
7 |
Brilhante |
Verde |
Normal |
48 |
Brilhante |
Virescente |
Normal |
60 |
Sem brilho |
Virescente |
Normal |
Assim, são obtidas as seguintes informações:
Ordem entre os genes
É obtida, comparando-se as classes P e Rd. Quatro comparações são possíveis:
P = sem brilho verde normal
Rd = sem brilho virescente parc.
estéril
comparação: = # #
P = sem brilho verde normal
Rd = brilhante verde normal
comparação: # = =
P = brilhante virescente parc.
estéril
Rd = sem brilho virescente parc.
estéril
comparação: # = =
P = brilhante virescente parc.
estéril
Rd = brilhante verde normal
comparação: = # #
Conclusão: A ordem é B/b -
A/a - C/c ou C/c - A/a - B/b
Genótipo do
genitor
É reconstituído pelos gametas paternais, identificados na ordem correta,
conforme ilustrado a seguir:
Gameta |
Tipo |
Observado |
Brilho da folha |
Cor da Folha |
Pendão |
BAC |
P |
235 |
Sem brilho |
Verde |
Normal |
Bac |
- |
62 |
Brilhante |
Verde |
Parc. Estéril |
BAc |
- |
40 |
Sem brilho |
Verde |
Parc. Estéril |
bAc |
Rd |
4 |
Sem brilho |
Virescente |
Parc. Estéril |
bac |
P |
270 |
Brilhante |
Virescente |
Parc. Estéril |
BaC |
Rd |
7 |
Brilhante |
Verde |
Normal |
baC |
- |
48 |
Brilhante |
Virescente |
Normal |
bAC |
- |
60 |
Sem brilho |
Virescente |
Normal |
Conlusão: O genótipo do genitor é: B A C // b a c
Distância entre os genes
Como base no genótipo do genitor, identificam-se as classes R1 e R2. Assim,
tem-se:
Gameta |
Tipo |
Observado |
Brilho da folha |
Cor da Folha |
Pendão |
BAC |
P |
235 |
Sem brilho |
Verde |
Normal |
Bac |
R1 |
62 |
Brilhante |
Verde |
Parc. Estéril |
BAc |
R2 |
40 |
Sem brilho |
Verde |
Parc. Estéril |
bAc |
Rd |
4 |
Sem brilho |
Virescente |
Parc. Estéril |
bac |
P |
270 |
Brilhante |
Virescente |
Parc. Estéril |
BaC |
Rd |
7 |
Brilhante |
Verde |
Normal |
baC |
R2 |
48 |
Brilhante |
Virescente |
Normal |
bAC |
R1 |
60 |
Sem brilho |
Virescente |
Normal |
As distâncias são dadas por:
d1 = [100( R1 + R1 + Rd + Rd)]/total = [100(62 + 60 +
4 + 7)]/726 = 18,319 centimorgans
d2 = [100( R2 + R2 + Rd + Rd)]/total = [100(40 + 48 + 4 + 7)]/726 = 13,636 centimorgans
Crossing-over duplo observado - CODO
CODO = [100( Rd + Rd)]/TOTAL = [100( 4 + 7)]/726 =
1,515 %
Crossing-over duplo esperado - CODE
CODE = [(d1)(d2)]/100 = [(18,319)(13,636)]/100 = 2,498%
Coincidência e Interferência
CODE = [(d1)(d2)]/100 = [(18,319)(13,636)]/100 = 2,498%
co = CODO/CODE = 1,515/2,498 = 0,6
I = 1 - Co = 1 - 0.6 = 0.4
Volta
USO DO MAPA CROMOSSÔMICO
Com os dados do mapa cromossômico, pode-se predizer a descendência do
cruzamento, considerando os genes ligados. Nesse caso, é fundamental que os
gametas sejam estabelecidos de forma correta e suas freqüências
sejam apropriadamente estimadas.
As freqüências dos gametas podem ser estabelecidas,
considerando-se os oito tipos de gametas: 2 paternais,
2 de permuta simples na região 1 (entre o primeiro e segundo genes), 2 de
permuta simples na região 2 (entre o segundo e terceiro gene) e 2 de permuta
dupla. As freqüências desses gametas são P, R1, R2 e
Rd, respectivamente.
Neste caso, admite-se serem conhecidas as distâncias
(d1 e d2) e a interferência entre as regiões cromossômicas (I), como
exemplificado a seguir:
d(A/a - B/b)=d1 = 10 ud
d(B/b - C/c)=d2 = 20 ud
Ordem:
A/a - B/b - C/C
Coincidência
= co = 0.8
Assim,
inicia-se por estimar Rd, considerando um total de 100 gametas, e as
expressões:
Crossing-over duplo esperado na hipótese de
interferência nula
CODE =
(d1 x d2)/100 = (10 x 20)/100 = 2%
Crossing-over
duplo a ser observado
Refere-se
à freqüência de permuta dupla que se espera observar
na descendência, admitindo a ocorrência de permuta.
CODO =(1-I)CODE = coCODE = 0,8 x 2 =
1,6%
em que:
I :
interferência cromossômica
co :
coincidência = 1 - I
Valor da freqüência do
duplo-recombinante (Rd)
Nesse
caso, utiliza-se a expressão:
Rd =
CODO/2 = 0,8%
Valor da freqüência do recombinante
simples R1
Para o
cálculo de R1, tem-se:
R1 =(d1 - CODO)/2 =(10 - 1,6)/2 = 4,2%
Valor da freqüência
do recombinante simples R2
Para o
cálculo de R2, tem-se:
R2 =(d2 - CODO)/2 =(20 - 1,6)/2 = 9,2%
Valor da freqüência do gameta paternal
(P)
É obtido
por diferença, pela expressão:
P = [100
- 2(R1 + R2 + Rd)]/2 = 35,8
Gametas de um triplo-heterozigoto – Ex. AbC//aBc
Gametas |
Tipo |
Freqüência |
AbC |
P |
35,8% |
aBc |
P |
35,8% |
ABc |
R1 |
4,2% |
abC |
R1 |
4,2% |
Abc |
R2 |
9,2% |
aBC |
R2 |
9,2% |
ABC
|
Rd |
0,8% |
abc |
Rd |
0,8% |
Exemplo
pelo Gbol