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Produção: Laboratório de Bioinformática
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Aplicativo suporte: Programa GBOL – Genética Básica on
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Comunidade (facebook): GbolNews
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Tópicos
Conceito
Série em Coelhos
Grupo Sangüíneo ABO
Fator Rh
Grupo Sangüíneo MN
CONCEITO
Alelos são formas alternativas de um mesmo gene e que, conseqüentemente
ocupam mesmo loco em cromossomos homólogos. Os efeitos genéticos desses alelos
dependem de suas relações de dominância. Eles têm origem nas mutações, que são
capazes de causar alterações estruturais nos genes de forma que seja possível ocorrer mais de um
par de alelos para um determinado gene.
Alelos múltiplos referem-se a uma série, constituída de três ou mais alelos,
pertencentes a um mesmo gene e que ocorrem dois a dois em um organismo diplóide. Nas células somáticas de um indivíduo diplóide podem existir dois alelos diferentes de determinada série,
enquanto no gameta existe apenas um.
Assim, numa série constituída de 8 alelos, existiriam
na célula somática e gamética de um hexaplóide, 6 e 3
alelos, respectivamente, e na de um tetraplóide, 4 e
2, respectivamente.
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SÉRIE EM COELHOS
Um exemplo clássico de alelos múltiplos foi descoberto
há muitos anos em coelhos. São conhecidos vários tipos de pelagem,
condicionados por uma série constituída por 4 alelos.
As classes genotípicas e fenotípicas são descritas a seguir:
Genótipos |
Fenotipos |
CC
Cc1 Cc2 Cc3 |
Colorido |
c1c1 c1c2
c1c3 |
Cinza (mistura de preto e branco) |
c2c2 c2c3 |
Himalaio (branco com extremidades escuras, como
orelha, focinho, pata) |
c3c3 |
Albino |
Nesta
série é observada a seguinte relação de dominância C > c1 > c2
> c3. Verifica-se também a ocorrência de a(a+1)/2
=10 diferentes genótipos na população.
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GRUPO SANGÜÍNEO ABO
Há muito
tempo havia preocupações a respeito do sucesso da transfusão de sangue em
certas pessoas. Em 1900-1901, K. Landesteiner
observou que, quando o sangue de certas pessoas era misturado, ocorria no sangue
do doador a reação de aglutinação. Foi formulada a
hipótese de que deveriam existir vários tipos de antígenos, sendo uns
compatíveis e outros não.
Posteriormente
foi comprovada a hipótese de Landesteiner; ou seja,
foram descobertos dois tipos de antígenos e dois tipos de anticorpos. Testes na
população humana permitiram classificá-la nos diferentes grupos sangüíneos:
Grupo Sangüíneo |
Antígeno A |
Antígeno B |
Anticorpo A |
Anticorpo B |
A |
P |
- |
- |
P |
B |
- |
P |
P |
- |
AB |
P |
P |
- |
- |
O |
- |
- |
P |
P |
P =
presente e - =
ausente
Os antígenos são transportados pelos glóbulos vermelhos, e os anticorpos
existem no soro ou plasma. Com a descoberta desses vários grupos sangüíneos, pode-se concluir sobre dois tipos de informações.
Informação médica -
transfusões
Refere-se a conhecimentos sobre a compatibilidade em transfusões de sangue. Na
transfusão, devem-se considerar os aspectos: a diluição do soro recebido e a
circulação ativa do paciente. Assim, nas transfusões deve-se preocupar com a
existência de anticorpos no receptor, pois os anticorpos do doador, em geral,
têm seu efeito atenuado em razão da diluição e da circulação ativa do sangue do
paciente. As seguintes transfusões de sangue são possíveis, além da doação
dentro do mesmo grupo:
Doador
|
Receptor A |
Receptor B |
Receptor AB |
Receptor O |
A |
Sim |
Não |
Sim |
Não |
B |
Não |
Sim |
Sim |
Não |
AB |
Não |
Não |
Sim |
Não |
O |
Sim |
Sim |
Sim |
Sim |
Constata-se
que o grupo sangüíneo O, por doar sangue para os demais
grupos sem reação de incompatibilidade, é denominado doador universal e o AB,
por receber sangue dos demais grupos, é denominado receptor universal.
Informação genética
A herança do grupo sangüíneo ABO pode ser explicada através
de uma série de três alelos, em que o alelo IA é responsável pela presença do
antígeno A e anticorpo B, o alelo IB é responsável pela presença do antígeno B
e anticorpo A e o alelo i é responsável pela ausência dos dois antígenos e
presença dos dois tipos de anticorpos. Dessa forma, tem-se o seguinte quadro de
genótipos e fenótipos.
Grupos Sangüíneos |
Genótipos |
A |
IAIA IAi |
B |
IBIB IBi |
AB |
IAIB |
O |
Ii |
Trata-se de uma série de alelos múltiplos, pois estão envolvidos três alelos. Entre
esses alelos há relação de dominância completa (entre IA e i e entre
IB e i) e de codominância (entre IA e IB).
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FATOR Rh
Descoberta
O fator Rh foi descoberto em 1940 por Landesteiner e
A.S. Wiene, em experimentos realizados com coelhos e
macacos. Nos experimentos, foi injetado sangue de um macaco do gênero Rhesus em cobaias, em que se obteve como resposta a formação de
anticorpos capazes de aglutinar as hemácias provenientes do macaco.
Herança do fator Rh na
população humana
Uma vez extraídos os anticorpos das cobaias, eles foram testados na população humana.
Nesses testes, foi verificado que parte da população humana apresentava reação
de aglutinação, enquanto que outra parte mostrava-se insensível. Os indivíduos
que apresentavam reação de aglutinação com anticorpos foram denominados
pertencentes ao grupo Rh+, os demais, que não apresentavam aglutinação,
pertenciam ao grupo Rh-.
Em
estudos genéticos ficou comprovado que a herança do fator Rh é monogênica,
sendo a presença do antígeno Rh condicionada a um alelo dominante (R) e a
ausência, pelo alelo recessivo (r). O anti-Rh não ocorre naturalmente na
população humana.
Grupo |
Genótipo |
Antígeno Rh |
Anti-Rh |
RH+ |
RR ou Rr |
Presente |
Ausente |
RH- |
rr |
Ausente |
Ausente (*) |
(*) Presente
após ser sensibilizado em uma transfusão em que o sangue recebido é de RH+.
Doações
O anti-Rh não está presente naturalmente no sangue humano, mas pode ser
induzido na presença do antígeno Rh (fator Rh). As seguintes doações são
possíveis:
RH- pode
doar para RH+ e para RH-
RH+ pode
doar para RH+ e Rh-.
No
último caso, apenas quando o Rh- não conta com anti-Rh.
A transfusão de sangue do doador Rh+ para o receptor Rh- não terá problemas na
primeira vez, pois, após a doação, o receptor terá apenas anticorpos, uma vez
que as hemáceas serão substituídas. Em transfusões
posteriores, os anti-Rh existentes por indução provocarão reação contrária ao fator Rh estranho,
com resultados clínicos bastante sérios.
Doença Hemolítica do
Recém-Nascido (Dhr) - Eritroblastose
Fetal
O problema genético
Mulheres
Rh- (rr) que se casam com
homens Rh+ (RR ou Rr) podem dar origem a crianças
Rh+. Como existe a possibilidade de o sangue materno ser transferido para o
feto, em razão de um defeito na placenta ou hemorragias durante a gestação e o
parto, há possibilidades de se formar, no organismo materno, o anti-Rh.
As crianças de partos subseqüentes do grupo Rh+ podem
apresentar sérios problemas. Os anticorpos, produzidos na gestação anterior,
poderão atingir o sangue do feto e provocar a destruição de suas hemácias.
Primeira Gestação |
Segunda gestão com a mãe
já sensibilizada |
Destruição das hemácias do
feto |
Eritroblastose fetal |
Problemas apresentados pelas crianças com DHR
Os
seguintes problemas podem ocorrer: morte intrauterina, morte logo após parto,
anemia grave, deficiência auditiva ou deficientes mentais, icterícia
(coloração amarela anormal causada pelo
derrame da bílis no corpo e no sangue, devido às bilirrubinas) e
insuficiência hepática.
Controle e amenização de
risco da DHR
Há algumas alternativas para contornar ou amenizar o problema decorrente do
risco da eritroblastose fetal. Algumas delas
encontram-se listadas a seguir:
a) O médico pode conhecer a gravidade da situação antes de a criança nascer. Os
testes de amostras do líquido amniótico, extraídos com agulhas, podem indicar
se o feto vai bem ou mal. Se o perigo for grande recomenda-se a cesariana, o
aborto ou a transfusão de sangue logo após o parto. No último caso, a criança
deve receber sangue Rh-, que posteriormente seria substituído pelo Rh+ original.
b) Utilizar anticorpos incompletos. Esse tipo de anticorpo não aglutina os
glóbulos vermelhos do sangue Rh+. Em vez disso, os anticorpos anexam-se aos
antígenos receptores, nas suas superfícies, e os revestem. Estes anticorpos
incompletos podem ser injetados numa mãe Rh- imediatamente após o parto. Tais
anticorpos são
destruídos dentro de poucos meses e não apresentam qualquer perigo para a mãe
ou suas gerações posteriores.
c) O risco será menor se o homem apresentar genótipo heterozigoto. No Brasil,
uma mulher Rh- corre muito risco, pois a freqüência
de indivíduos Rh+ é de 87%.
d) Outro
fator que diminui o risco do DHR é o fato de que certas mulheres não produzem
anticorpos, mesmo sendo induzidas. Além disso, a penetração do sangue através
da placenta até a circulação materna não ocorre com freqüência,
sendo a
indução, em geral, por acidente.
e) Há de
se considerar ainda o efeito protetor do sistema ABO. A mãe Rh- do grupo O,
tendo um filho Rh+ do grupo A, não será induzida a produzir anti-Rh,
pois seu anti-A destruirá as hemácias do doador
(feto) antes da indução. Nos casos em que a mãe é do grupo Rh+ e o filho é Rh-,
não há problemas para a mãe, pois a produção de anticorpos pela criança só se
inicia cerca de 6 meses após seu nascimento.
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GRUPO SANGÜÍNEO MN
Em 1927, Landesteiner e Levine descobriram outro
grupo de antígeno nos glóbulos vermelhos no sangue. Esses antígenos foram
denominados M e
N. Grupos da população humana são classificados em M, N ou MN, de acordo com o
antígeno que têm M, N ou ambos, respectivamente.
A razão
da pouca importância desses tipos de antígenos M e N na transfusão de sangue é pelo fato destes antígenos serem fracos e incapazes de
induzir a formação de anticorpos no organismo humano. Os anticorpos utilizados
nos testes são obtidos em cobaias.
Genótipos |
Antígeno M |
Antígeno N |
Fenótipos |
LM LM |
Presente |
Ausente |
M |
LM LN |
Presente |
Presente |
MN |
LN
LN |
Ausente |
Ausente |
N |